Rihanna: a atrevida máquina pop conquistou Lisboa - TVI

Rihanna: a atrevida máquina pop conquistou Lisboa

Pavilhão Atlântico com lotação esgotada recebeu espectáculo entusiasmante de uma das maiores estrelas da pop actual

Relacionados
Quem a viu e quem a vê. Depois de há cinco anos não ter passado de uma promissora, mas muito tímida, cantora que abriu o concerto das Pussycat Dolls, Rihanna regressou este sábado ao Pavilhão Atlântico para mostrar que actualmente é uma das maiores estrelas da música.

Ao contrário de uma antiga «princesa da pop», a cantora dos Barbados esgotou a lotação da maior sala de espectáculos lisboeta com uma produção de alto nível. E às luzes, vídeos, cenários e coreografias juntaram-se uma banda completa (com o português Nuno Bettencourt, dos Extreme, como guitarrista) e uma protagonista que dispensou playbacks e mostrou-se incansável em palco.

Este foi um dos últimos concertos da digressão de promoção a «Loud», numa altura em que Rihanna já lançou um novo álbum de estúdio. Uma situação pouco habitual, mas que acaba por ser natural para quem nos últimos sete anos lançou seis discos.

As novas canções de «Talk That Talk» ficaram de fora, à excepção do single «We Found Love», produzido por Calvin Harris, o DJ que aqueceu o público antes da entrada (demorada) em cena da estrela da noite.

Segura e confiante, Rihanna desfilou sensualidade e atrevimento a cada passo em palco, uma imagem bem diferente da que tinha deixado em 2006 nesta mesma sala. A recepção dos fãs foi calorosa desde os primeiros instantes, ainda a cantora era apenas um conjunto de imagens que passava nos ecrãs de vídeo.

Já de carne e osso, saída de uma esfera de vidro, Rihanna surgiu de casaco azul bem curto, a primeira de muitas fatiotas que passaram pelo corpo da cantora. «Only Girl (In The World)» dava início a um espectáculo que até começou com algumas deficiências sonoras (o eterno problema do Pavilhão Atlântico), mas que foi melhorando com o passar do tempo.

Nuno Bettencourt, na sua segunda tournée com Rihanna, também deu nas vistas ao longo da noite, quer pelos solos de guitarra em temas como «Shut Up And Drive» e «California King Bed», quer pelo declarado orgulho lusitano ao vestir uma camisola da selecção portuguesa de futebol ou ao tocar numa guitarra com as cores da bandeira de Portugal.

Num espectáculo entre a pop e o rock, o reggae e o dancehall, o R&B e o hip hop, constantes foram os momentos picantes de uma artista que, nos últimos anos, tem explorado a sua sexualidade de forma cada vez mais frontal. Houve dançarinas em lingerie à mercê de Rihanna na versão de «Darling Nikki» (um original de Prince). No animado «S&M», a cantora foi acorrentada enquanto o público (com muitas crianças) cantava entusiasmado um refrão que inclui «Sex in the air, I don't care, I love the smell of it». E, em «Skin», Rihanna chamou uma fã ao palco para uma lap dance com direito a bastante contacto físico.

Em modo militar, a cantora de 23 anos surgiu montada num canhão para «Raining Men» e «Hard». Já depois da energia de «Run This Town» (de Jay-Z) e «Live Your Life», as baladas de amor sofrido surgiram com «Unfaithful», «Hate That I Love You» e «California King Bed» - boas oportunidades para testar a bela voz da caribenha, acompanhada aqui por milhares de gargantas.

Confessando-se surpresa pela energia do público português, Rihanna dedicou «Cheers (Drink To That)» aos foliões. Ela que por ser uma party girl (quase) incansável foi obrigada a cancelar alguns concertos da tournée por exaustão.

A festa aproximava-se do fim com «Don't Stop The Music» e para o encore ficaram reservados três dos momentos mais altos da noite. «Love The Way You Lie (Part II)» (gravado com Eminem, mas sem a voz do rapper nesta versão) foi cantado em cima de um piano a uns bons metros acima do palco. Em «Umbrella», com vários guarda-chuvas na plateia, Rihanna distribuiu autógrafos e brincou com o telemóvel de um sortudo fã. E a despedida final foi feita a dançar como se não houvesse amanhã com a electro-house de «We Found Love», uma chuva de confettis e a certeza que por ali tinha passado um dos melhores espectáculos pop do ano.
Continue a ler esta notícia

Relacionados