Fornecedores de Internet portugueses não acreditam na saturação da rede

A Netcabo considera que o aumento de interesse dos consumidores pela Internet é positivo e levará a um investimento por parte dos Servidores de Acesso à Internet (ISP) quer no serviço, quer nas plataformas de acesso.

Para a empresa, o estudo da consultora norte-americana Nemertes Research, que garante que os utilizadores poderão ter cortes no serviço da Internet se não forem aumentados os investimentos na rede, até 2010, não faz «grande sentido».

Fonte da Netcabo garantiu à «Agência Financeira» que a tendência do mercado é «para crescer e para ter acessos de maior velocidade».



«A TV Cabo foi pioneira no lançamento de uma oferta de Internet, e a Netcabo, sem quaisquer limites de tráfego para o seu produto de 8 megas e, na sequência dos investimentos efectuados para o reforço da sua rede, aumentou recentemente os «plafonds» de tráfego internacional (para 5GB e 10GB) e as velocidades dos seus produtos Netcabo Light, (para 2Mbps) Mega (para 4Mbps) e Mega Plus (para 12Mbps)», sublinha.

A mesma fonte do universo PTM disse, ainda, que «a TV Cabo vai lançar um piloto a 100 megas, o que contraria este possível cenário de maior lentidão nos acessos».

Quem também está confiante no futuro e no crescente uso da Internet é a Sonaecom. Fonte da Clix garantiu à «Agência Financeira» que este estudo «não faz qualquer sentido», até porque a rede da Sonaecom é «recente e exclusivamente construída em fibra óptica e tecnologia de última geração».

«Estamos constantemente a investir em novas tecnologias, por isso, pensamos que esse estudo (da consultora Nemertes Research) não faz sentido do nosso ponto de vista», sublinha a mesma fonte, realçando que a empresa tem capacidade de estabilidade e uma «fibra inesgotável».

A «Agência Financeira» contactou também o Sapo, fornecedor de Internet do grupo PT, mas até ao momento, não obteve resposta.

Recorde-se que ontem foi publicado um estudo pela consultora Nemertes Research que concluiu que a procura dos consumidores, em geral, e a introdução de serviços tecnicamente mais exigentes, pode tornar a utilização da Internet bastante menos atractiva e satisfatória. E garantem que, caso os ISP não procedam a um investimento total de 42 mil milhões dólares a 55 mil milhões de dólares nas infra-estruturas de telecomunicações, a Internet vai ter erros muito mais frequentes. O problema, de acordo com o estudo, é que a infra-estrutura actual não consegue cobrir a crescente procura de ligações em banda larga.