Myanmar: «consequências internacionais graves» - TVI

Myanmar: «consequências internacionais graves»

  • Portugal Diário
  • 5 out 2007, 19:13

Enviado especial da ONU encontrou um «vivo e alastrado descontentamento»

A situação em Myanmar (antiga Birmânia), onde existe um «vivo e alastrado descontentamento», «pode ter consequências internacionais graves», declarou hoje ao Conselho de Segurança o enviado especial da ONU para o país, Ibrahim Gambari, refere a Lusa.

«É essencial que os dirigentes de Myanmar reconheçam que (a situação interna) pode ter consequências internacionais graves», sublinhou Gambari, após uma missão de quatro dias no país no início da semana.

As manifestações anti-governamentais na Birmânia são a expressão de um «vivo e alastrado descontentamento», considerou.

Gambari foi enviado à Birmânia para tentar persuadir a junta militar no poder a pôr fim à repressão violenta das manifestações, que causou 10 mortos, segundo um balanço oficial, claramente mais de acordo com diplomatas, e mais de 2.000 detenções.

Na reunião do Conselho de Segurança para ouvir Gambari, o representante chinês na ONU, Wang Guanjia, alertou que as pressões sobre a junta birmanesa «só conduzirão ao confronto».

A China recusa, desde o início da repressão, condenar o seu aliado birmanês.

Na abertura da reunião do Conselho de Segurança, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a proposta da junta birmanesa de se encontrar, sob certas condições, com a dirigente da oposição Aung San Suu Kyi.

Um diálogo sério «é indispensável», disse Ban Ki-moon.

Uma semana após o início da repressão do movimento de protesto popular, o líder da junta, generalíssimo Than Shwe, disse que estava disposto a encontrar-se pessoalmente com Suu Kyi se esta abandonasse a sua «política de confrontação» e de apoio às sanções ocidentais ao país.

Por outro lado, a Casa Branca exortou hoje o Conselho de Segurança a reenviar «o mais depressa possível» à Birmânia o enviado especial da ONU para o país.
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