A Câmara Municipal do Porto garante que as buscas realizadas esta terça-feira na autarquia “não visam o município”.
Em comunicado enviado às redações, e depois de uma operação que já fez sete detidos, entre os quais o vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, a autarquia do Porto esclarece que as buscas “estão relacionadas com empresas privadas que têm processos urbanísticos” que estão a tramitar no município.
Ao que a CNN Portugal apurou, dois dos detidos são funcionários do Urbanismo do município do Porto, sendo que a chefe da divisão municipal de Gestão de Procedimento Urbanístico, Rosa Afonso Vale, é uma delas. Esta informação ainda não foi confirmada oficialmente pela autarquia.
Na sequência das buscas foram ainda confiscados dois telemóveis, que estão a ser analisados pela Polícia Judiciária. A CNN Portugal sabe que um desses telefones pertence ao vereador do Urbanismo do Porto, Pedro Baganha, que já afirmou não ser um dos 12 arguidos visados no processo.
Entre os 12 arguidos da Operação Babel há sete detidos, sendo que o vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, Patrocínio Azevedo, é um deles.
A Câmara Municipal do Porto mantém-se colaborante com a investigação”, vincou.
À porta do município, e quando questionado pelos jornalistas sobre o porquê de lhe ter sido apreendido o telemóvel, Pedro Baganha disse apenas que a PJ está a efetuar várias diligências de recolha de informação digital em postos de trabalho e em telefones.
Garantiu ainda que não foi constituído arguido, reforçando que a operação prende-se com empresas privadas e não com a Câmara Municipal do Porto.
“Eu não sou arguido”, disse aos jornalistas.
As buscas realizadas pela Polícia Judiciária nas câmaras de Gaia e do Porto, que culminaram com a detenção do vice-presidente do município gaiense, Patrocínio Azevedo, e de mais seis pessoas, abrangem projetos imobiliários de 300 milhões de euros.
A Operação Babel "centra-se na viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário”, explica aquela autoridade, em comunicado.