Hoje gostava de falar dos jogos do Grupo B, aos quais assisti pela televisão. A minha atenção estava centrada no Bélgica-Turquia de onde sairia o nosso adversário dos quartos-de-final. Confirmei aquilo que já pensava. Qualquer uma das equipas seria um adversário difícil.
A vitória da Turquia poderá ter surpreendido muita gente mas nada teve de injusto, especialmente se pensarmos na grande atitude e determinação demonstrada pelos seus jogadores. Desenganem-se os que pensam que temos um adversário fácil pela frente. Além da atitude que já referi, a Turquia tem dois ou três jogadores de muito bom nível e pode criar dificuldades a qualquer equipa, como já o tinha feito à Itália num jogo em que deixou muito boa impressão.
Hakan Sukur foi a figura do jogo pelos dois golos. É um avançado inteligente que sabe estar sempre no sítio certo e que, como é alto e fisicamente forte, causa muitos problemas no jogo aéreo. Vai ser um aspecto interessante no nosso duelo com os turcos porque qualquer um dos defesas centrais da nossa Selecção tem bons argumentos para esse tipo de jogo.
Uma palavra também para a Bélgica e especialmente para De Wilde, com quem tive o prazer de jogar: é um dos melhores profissionais com quem já trabalhei e não é por esta infelicidade que deixa de ser um muito bom guarda-redes. Um abraço para ele.
Também vi partes do jogo Itália-Suécia e confirmei que a Itália está de novo uma grande equipa, certamente com ambições de lutar pelo título, ao contrário do que se disse antes deste Europeu.
Estamos a poucas horas do nosso terceiro e último jogo da primeira fase. Sinceramente, ainda não temos qualquer ideia acerca da equipa que vai entrar em campo. Mas uma coisa é certa. Somos 22, todos com grandes expectativas neste Europeu, e seja quem for que entre em campo terá a mesma vontade de ganhar demonstrada nos dois primeiros jogos.
Contudo, cuidado com a Alemanha: pode jogar o seu apuramento contra nós e por muito que a anunciem em crise vai ter seguramente os mesmo argumentos de sempre.
Uma nota pessoal para terminar. O facto de estarmos longe de Portugal faz-nos perder algum contacto com quem nos é mais querido. Por isso aproveito esta crónica para mandar um abraço para uma da pessoas de quem mais gosto no mundo, a minha avó, que faz amanhã 80 anos.