«António Costa foi eleito a 28 de Setembro e depois saiu-lhe a sorte grande com este Governo. O Governo desde aí tem feito tudo para que ele [António Costa] consiga chegar aos 40% nas intenções de voto, porque desde o caos na Educação, ao caos na Justiça, ao caso da Tecnoforma, não há nada que não tenha existido nestes últimos tempos no Governo. Não há nada que mostre que o Governo está sequer em funcionamento. O Governo neste momento arrasta-se penosamente até às eleições legislativas», afirmou a comentadora no espaço de análise nas «Notícias às 21:00».
Para Constança Cunha e Sá, a questão que se coloca é saber o que fará o novo primeiro-ministro: «O discurso de António Costa, até ver, está muito dependente da evolução da Europa. Ora, a evolução da Europa não parece ser muito favorável ao discurso de António Costa. (…) Muito do que ele diz assenta numa mudança na Europa (…), mas a verdade é que uma das grandes esperanças socialista europeias fez aprovar no Parlamento [Europeu] uma lei que permite o despedimento sem justa causa a trabalhadores no quadro. Isto mostra de facto qual é a alternativa que os socialistas têm à austeridade que está em vigor».
A comentadora sublinhou que, inevitavelmente, António Costa terá de enfrentar o problema de explicar aos portugueses o que fará de diferente ou que margem é que Portugal tem para ele poder fazer qualquer coisa de diferente. «Isso é que me parece muito difícil e espero que até às eleições António Costa seja um pouco mais concreto em relação a determinados temas do que tem sido», concluiu.