«É fundamental que o orçamento seja aprovado» - TVI

«É fundamental que o orçamento seja aprovado»

Comentário sobre a actualidade na «Edição das 10» do TVI24

Marques Mendes regressou de férias para a análise habitual da actualidade, às quintas-feiras, na TVI24. O comentador falou sobre o Orçamento do Estado, da prescrição de dívidas às Finanças, das presidenciais e da reentré de CDS e BE. A polémica em torno da selecção futebol também não passou ao lado da análise.

Sobre o primeiro destes temas, Marques Mendes disse que «é fundamental que o orçamento seja aprovado». Caso não aconteça, a probabilidade do Executivo cair e a convocação de novas eleições deixaria o país «mais de meio ano sem Governo e praticamente um ano sem orçamento».

Para o comentador, «seria bom que os partidos, todos eles, e o Governo, que tanto falam de interesse nacional, percebessem que o interesse nacional passa por aprovar o Orçamento do Estado».

Relativamente à divulgação de um relatório da Inspecção Geral de Finanças sobre a prescrição de dívidas às Finanças, Marques Mendes confessou-se «chocado». «Houve 130 mil processos de dívidas ao fisco que prescreveram porque o Estado durante o prazo legal não agiu», sublinhou, questionando: «A culpa vai morrer solteira?».

Sobre a pré-campanha das presidenciais, começou por falar do candidato apoiado pelo PCP, Francisco Lopes, dizendo acreditar que será uma candidatura para levar «até ao fim».

Depois, defendeu que, com quatro candidatos de esquerda, «é difícil encontrar numas eleições destas uma divisão da esquerda tão forte, tão profunda e tão acentuada» e que esta divisão «acentuou-se» ainda mais «com a candidatura do PCP».

Sobre Manuel Alegre, Marques Mendes sublinhou que «há cinco anos foi um candidato com novidade». Mas isso alterou-se. «Era uma espécie de candidato anti-sistema. Hoje é uma espécie de candidato da situação».

Já em relação a Cavaco Silva, o comentador acredita que «vai ser candidato». «A minha convicção é que vai anunciar a sua candidatura entre meados de Outubro e o fim do mês de Outubro». Marques Mendes frisou que «Cavaco Silva está a colocar-se acima dos partidos» e que isso «viu-se nas declarações sobre o orçamento e sobre a revisão constitucional».

O tema que se seguiu foi o das reentrés políticas do CDS-PP e do BE, os dois únicos partidos a reiniciaram oficialmente o ano político até agora.

Sobre o discurso de Paulo Portas, o comentador elogiou-lhe «o plano de crítica ao Governo» mas também o das «propostas». Contudo, disse que lhe pareceu «mal a ideia de um referendo sobre as questões da segurança ou da justiça», dizendo que referendar sobre estes temas é um «acto de demagogia» e de «populismo».

Já em relação ao discurso de Francisco Louçã, Marques Mendes disse que ficou surpreendido. «Surpreendeu-me muito que ele não tivesse dado primazia no seu discurso ao desemprego, à crise, ao orçamento e aos impostos. Qual foi a questão chave do seu discurso? Foi as eleições presidenciais».

Para o comentador, esta tónica do coordenador bloquista deve-se a «um estado de necessidade» interna, por haver «muita gente no Bloco de Esquerda que discorda de Francisco Louçã por causa do apoio a Manuel Alegre».



No habitual «mais e menos da semana», Marques Mendes deu nota positiva ao deputado socialista Vera Jardim pelo trabalho que desempenhou na Assembleia da República no sentido de se «aprovar em Julho um conjunto de leis» de «combate à corrupção».

A nota negativa da semana recaiu sobre o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl, mas também com muitas críticas ao secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, e ao seleccionador, Carlos Queiroz.

«O maior responsável de toda esta novela é o doutor Gilberto Madaíl. Vamos começar o apuramento para o campeonato da Europa, mas não temos seleccionador. Deve ser caso único na Europa e no mundo. E o que faz o presidente da Federação? Nada, lava as mãos», apontou Marques Mendes.
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