Manuela Ferreira Leite, no seu espaço de comentário na 21ª Hora da TVI24, comentou o debate entre Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, e Pedro Pardal Henriques, vice-presidente do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas, no Jornal das 8, sobre as novas formas de sindicalismo.
Eu quando vi o anúncio do debate não fiquei à espera de haver um confronto verbal entre os dois. Porque, se pensarmos na lógica de cada um, não se esperaria que isso acontecesse"
A comentadora da TVI afirma que estas grandes organizações sindicais - a CGTP e a UGT - não podem "hostilizar" estes novos sindicatos autónomos, mas sim valorizá-los e, de certa forma, mantê-los "debaixo da asa".
A CGTP como a UGT, grandes organizações sindicais, não podem achar nenhuma graça a que tenham já surgido tantas organizações autónomas destas duas grandes organizações (...) Por um lado valoriza-os, e, por outro lado, vai tendo-os sempre debaixo da asa"
Manuela Ferreira Leite considera que estes novos sindicatos têm força suficiente para impor as suas reivindicações, mas não considera "justo receberem determinados benefícios que a colectividade de outros grupos conseguirão ter".
O que dá força às organizações sindicais é a assinatura dos contratos colectivos. Como sabemos, na era em que houve poucos contratos coletivos, eles sentiam-se bastante diminuídos"
Disse ainda que as decisões que têm de ser tomadas por parte do Governo, em relação às reivindicações sindicais, têm de ter por base o interesse geral, devido às consequências que isso poderá ter no país. E, acrescenta, se assim não for "isso pode dar aso a que não haja nenhum controlo sobre assuntos sindicais que, efectivamente, em democracia todos desejamos que existam".
Não há consequências só num sector específico, nem só em empresas, é uma consequência genérica para o funcionamento de uma economia, de um país e embarca milhares de pessoas".
Mostrou-se ainda preocupada com o surgimento destes movimentos, destas novas forma de sindicalismo, que têm havido e que isso revela "uma tendência e um desmoronamento de uma organização sindical".
Desde que o atual Governo está em funções, cerca de quatro anos, já foram criados 50 novos sindicatos sendo que, deste total, apenas cinco são filiados na CGTP ou na UGT.
Relativamente à celebração do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, Manuela Ferreira Leite disse que "o 1.º de Maio é um símbolo e não vejo motivo para os símbolos deixem de se comemorar ou de assinalar".
A ideia da insatisfação dos trabalhadores, e das suas reivindicações, é algo que existirá sempre".