«Bruxelas não aprovaria aeroporto a Sul» - TVI

«Bruxelas não aprovaria aeroporto a Sul»

  • Portugal Diário
  • 23 mai 2007, 19:25

Afirmou Mário Lino durante um almoço sobre o Novo Aeroporto na Ota

O ministro das Obras Públicas disse esta quarta-feira que fazer o novo aeroporto de Lisboa, projectado para a Ota, na margem Sul do rio Tejo seria «um projecto megalómano e faraónico», que não teria a aprovação de Bruxelas, escreve a Lusa.

«Fazer um aeroporto na margem Sul seria um projecto megalómano e faraónico, porque, além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas», disse Mário Lino durante um almoço debate sobre «O Novo Aeroporto de Lisboa», promovido pela Ordem dos Economistas.

Mário Lino lembrou que na construção do novo aeroporto de Lisboa «está em causa a posição de Portugal no acesso aos fundos comunitários», afirmando que um projecto de construção de um aeroporto na margem Sul do Tejo dificilmente teria a «aceitação de Bruxelas».

Defendendo que a localização do aeroporto «é uma questão de estratégia política e não uma questão de mera engenharia», o ministro disse que um aeroporto na margem Sul do Tejo seria «uma espécie de Brasília do Norte do Alentejo».

Por oposição à localização do aeroporto na margem Sul, Mário Lino voltou a reafirmar que «a Ota é uma estratégia de desenvolvimento que nós [Governo] pensamos que tem de ser seguida», arguindo que está numa região onde se concentram «vilas, turismo, indústria e população».

O novo aeroporto na Ota é a «infra-estrutura que mais contribui para resolver problemas de mobilidade de Setúbal a Leiria, o correspondente a 50 por cento da população portuguesa e a 50 por cento da riqueza nacional», arfirmou o ministro, defendendo que «não é no deserto que se faz um aeroporto».

Mário Lino reafirmou que a construção do novo aeroporto na Ota é um projecto que foi retomado do anterior Governo: «Este Governo deu sequência aos milhões de euros que já tinha sido gastos a estudar a Ota, dando seguimento ao Governo de Durão Barroso, que foi a Bruxelas defender a Ota».

Por fim, o ministro voltou a reafirmar que manter dois aeroportos na região de Lisboa «não é rentável, nem sustentável», considerando que isso «seria substituir um mau [aeroporto] por dois piores».

Obras começam em 2009

O ministro das Obras Públicas disse ainda que as obras do novo aeroporto de Lisboa deverão ter início em 2009, adiantando que o concurso de concessão será lançado no segundo semestre deste ano.

O ministro explicou que, de acordo com o calendário definido pelo Governo, o concurso para a concessão da Ota terá início no segundo semestre deste ano, sendo o ano de 2008 dedicado à «elaboração e avaliação das propostas».
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