Internet: pais não têm noção dos riscos - TVI

Internet: pais não têm noção dos riscos

  • Portugal Diário
  • 3 fev 2007, 16:09

Entre os maiores riscos para as crianças estão os contactos de pedófilos

Os pais em Portugal têm pouca percepção dos riscos da Internet para as crianças e os jovens, devido à falta de debate públicos obre estas questões, alertou a coordenadora de um projecto europeu sobre segurança on-line, noticia a agência Lusa.

«O debate público sobre o uso seguro da Internet ainda não aconteceu em Portugal, pelo que os pais ainda não se aperceberam dos riscos aos quais os seus filhos podem estar expostos», disse à agência Lusa Sonia Livingstone, coordena dora do «EU Kids Online», projecto comunitário que visa criar um guia de recomendações sobre a segurança das crianças e jovens no uso da Net.

A responsável explicou que entre os maiores riscos a que as crianças se expõem na Internet estão os contactos de pedófilos com menores através de chats (salas de conversação on-line) e o acesso não solicitado a sites desadequados para a idade, com conteúdos pornográficos, racistas ou de violência extrema.

Por outro lado, sublinhou, as crianças e jovens - hoje mais adaptadas que os seus pais a comunicar através da Net - têm menos consciência de quando estão a fornecer informação pessoal a estranhos.

Como forma de sensibilizar as pessoas para estes riscos a Comissão Europeia decidiu assinalar o dia 06 de Fevereiro, terça-feira, como o «Dia Europeu para uma Internet mais Segura».

Sonia Livingstone revelou ainda que Portugal é um dos três países europeus (os outros dois são o Reino Unido e a Polónia) onde - no âmbito do «EU Kids Online» - vai ser feito o primeiro estudo comparativo da «exposição das crianças aos riscos da Internet».

«São países que se encontram na orla da Europa e que se distinguem dos restantes, na dimensão do risco no uso da Internet, no tempo de utilização deste meio e também na matriz cultural e religiosa», sublinhou.

«Vamos analisar a exposição das crianças aos riscos e contextualizá-los segundo as tendências culturais e económicas, bem como segundo outros factores específicos de cada país, de forma a podermos explicar porque é que a percepção de risco difere de país a país», acrescentou.

Segundo Sonia Livingstone, os resultados desta comparação - que servirá para testar a metodologia - serão apresentados em Junho deste ano, enquanto que os resultados dos restantes 15 países envolvidos no projecto serão apresentados em Junho de 2008.
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