E&Y: economia deve contrair 2% este ano e 1,8% em 2012 - TVI

E&Y: economia deve contrair 2% este ano e 1,8% em 2012

Portugal (arquivo)

Consultora não exclui necessidade de novo resgate ou de reestruturação da dívida

A Ernst & Young acredita que a recessão em Portugal vai ser prolongada, esperando uma contracção de 2% na economia durante este ano, e outra de 1,8% no ano que vem.

Depois de uma estagnação do PIB no segundo trimestre deste ano, face ao primeiro, que a Ernst & Young considera positiva e só possível graças às exportações, a consultora prevê que estas crescerão 4,8% em 2011. Um valor que, admite, pode vir a revelar-se optimista, tendo em conta o enfraquecimento das principais economias da zona euro, como a França e a Alemanha.

Já a procura interna, não deverá recuperar tão cedo. «Impostos mais elevados devido à consolidação orçamental e a elevada inflação estão a prejudicar o rendimento disponível das pessoas e a confiança dos consumidores está em mínimos. Consequentemente, as vendas de retalho, que compõem cerca de um terço dos gastos dos consumidores, caíram 1,7% no segundo trimestre», lembra.

Num relatório onde apresenta as perspectivas de Outono para a economia nacional, a consultora diz que os problemas da banca, que «continua frágil», deverão ser «exacerbados pela queda recente nos mercados accionistas, sugerindo que o sector continuará a precisar de assistência e apoio continuado por mais algum tempo».

A economia, como um todo, continua «muito vulnerável» ao escalar da crise da dívida europeia» e ainda que tenha dado alguns sinais positivos nos últimos meses «a necessidade de um novo resgate e uma reestruturação de dívida são cenários que não podem ser excluídos».

«Na verdade, o outlook está condicionado por vários riscos e a capacidade de a economia regressar aos mercados de capital em 2013, quando a ajuda internacional acabar, continua a ser dúbia», escreve a consultora. Além disso, o desemprego, que permanece elevado, deverá atingir um pico de 13% em 2013, antes de recomeçar a descer, «muito devagar». Mais um factor a contribuir para que o consumo caia neste ano e no próximo. «Esperamos que caia cerca de 4,5% este ano e 3,5% em 2012».

Também no que toca ao investimento, as previsões estão longe de ser optimistas. «O contágio resultante da crise da dívida soberana em Portugal, assim como nos restantes países da Zona Euro, está a castigar o sector bancário e a queda da confiança dos investidores impede a banca de aceder a empréstimos dos mercados financeiros, atingindo níveis cada vez mais reduzidos de liquidez». O investimento empresarial deverá recuar 7,1% este ano e 5,2% no próximo.
Continue a ler esta notícia