Carjacking cresce 14 por cento - TVI

Carjacking cresce 14 por cento

Trânsito

São jovens e atacam no trânsito, perto das residências das vítimas ou em parques de estacionamento. Ameaçam com armas de fogo, levam o carro e tudo o que encontram. Casos não param de aumentar. Influência de jogos e filmes violentos, diz a PJ

No ano de 2005, a polícia registou 330 crimes de carjacking, ou seja, roubo de automóveis de forma violenta com agressão ou ameaça ao condutor. Os dados foram publicados esta semana pela Polícia Judiciária e dão conta de um aumento de 14 por cento em relação a 2004.

Segundo os mesmos dados, o número de vítimas também cresceu. Se em 2004 foram alvos deste tipo de roubo 209 cidadãos, no ano seguinte o número subiu para os 442 condutores atingidos.

A maior parte dos assaltos ocorre na via pública (43 por cento), no entanto, é também junto às residências (10,6 por cento) e nas áreas e parques de estacionamento (15,4 por cento), que os ladrões mais atacam. Em seis por cento dos casos os roubos acontecem quando os condutores estão parados nos semáforos ou no trânsito.

Por vezes os assaltantes recorrem a métodos mais elaborados para abordar as vítimas. Em alguns casos bloqueiam as vias (7,2 por cento) para que o condutor seja obrigado a parar o carro. Noutras situações, os criminosos recorrem à simulação de acidentes (2,4 por cento). Nesta situação, os suspeitos costumam simular um acidente ou bater no carro da vítima deliberadamente.

As abordagens são na maior parte dos casos feitas no automóvel e, depois de ameaçada (74,5 por cento das ameaças são com arma de fogo), a vítima é levada para locais ermos, onde os criminosos optam por largar o condutor ou por o obrigar a ir a uma caixa Multibanco e levantar dinheiro (10,6 por cento).

Jovens influenciados por filmes e jogos violentos

Os autores deste tipo de crime são sobretudo jovens, com idades entre os 21 e os 30 anos, que, segundo a PJ, pertencem a uma «sub-cultura juvenil» que é influenciada pela violência urbana transmitida por jogos de vídeo e filmes. Este método de assalto é importado dos EUA e cada vez tem mais força em Portugal.

Em 75 por cento das ocorrências os autores actuam em grupos de dois a quatro membros. Só em 2005 a Judiciaria identificou 885 suspeitos deste crime. No entanto, só foram constituídos arguidos 147. A grande maioria dos agressores são homens, o mesmo acontecendo com as vítimas.

A Policia Judiciária lança um alerta: quem tem carros de «gama baixa» também pode ser vítima deste crime. E os conselhos são: muita atenção a sinais suspeitos e invulgares quando se conduz, conduzir de portas trancadas, buzinar se tentarem abrir o carro, ou fugir para a esquadra mais próxima se perceber que lhe «batem» de propósito.
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