25 de Abril comemora-se sem históricos - TVI

25 de Abril comemora-se sem históricos

25 de abril (LUSA)

Cerimónias no Parlamento marcadas pelas ausências dos Capitães de Abril, de Mário Soares e de Manuel Alegre

A sessão solene do 25 de Abril regressa, esta quarta-feira, à Assembleia da República, após um ano de interregno, com intervenções dos partidos, presidente do Parlamento e Presidente da República, numa cerimónia que ficará também marcada pelas ausências.

Caberá à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, declarar aberta a sessão solene, pelas 10:00, que pela primeira vez desde há mais de 35 anos não contará com a habitual presença da Associação 25 de Abril, de que fazem parte alguns dos chamados Capitães de Abril.

Na segunda-feira de manhã, a Associação 25 de Abril anunciou que não iria participar nos «atos oficiais nacionais evocativos» desta data histórica por considerar que «o poder político que atualmente governa Portugal configura um outro ciclo político que está contra o 25 de Abril, os seus ideais e os seus valores».

Em solidariedade com esta decisão, o antigo Presidente da República Mário Soares e o ex-candidato presidencial Manuel Alegre anunciaram que também não iriam participar nas comemorações oficiais do 38.º aniversário da Revolução dos Cravos na Assembleia da República.

No Parlamento, depois de escutada a frase-senha com que o jornalista João Paulo Diniz anunciou o início do 25 de Abril e da interpretação da canção «E depois do adeus» por Paulo de Carvalho, será a vez dos discursos dos partidos, com o Partido Ecologista Os Verdes José Luís Ferreira a fazer a primeira intervenção. A seguir, discursará o BE, pela deputada Cecília Honório, seguindo-se as intervenções do deputado do PCP Agostinho Lopes e do parlamentar do CDS-PP Hélder Amaral.

Os últimos discursos partidários serão do PS e do PSD, com a intervenção do líder da bancada socialista, Carlos Zorrinho, e do vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Pedro Pinto.

Depois, Assunção Esteves fará a sua intervenção, passando a seguir a palavra ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que encerrará assim a cerimónia.

Tal como em anos anteriores, o discurso do chefe de Estado deverá voltar a marcar o dia, depois de no ano passado, poucas semanas depois de ter convocado eleições legislativas antecipadas, na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro José Sócrates, Cavaco Silva ter aproveitado para defender que a palavra tem de ser devolvida ao povo quando a democracia está numa «encruzilhada».

A cerimónia do ano passado teve a particularidade de decorrer no Palácio de Belém, devido ao cancelamento da sessão solene do 25 de Abril no Parlamento depois da dissolução da Assembleia da República, e de ter juntado os quatro Presidentes da República eleitos no período pós-revolução: Cavaco Silva, Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes.
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