Portugal deve acabar com cultura de «segredo de Estado» - TVI

Portugal deve acabar com cultura de «segredo de Estado»

António Barreto

António Barreto criticou Governo de limitar o acesso à informação

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Num jantar-debate promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), em Lisboa, António Barreto apontou para a necessidade da sociedade actual interromper a cultura do «segredo de Estado», noticia a Lusa.

Para o sociólogo, a informação é «a alma do negócio» e os sectores público e privado devem facilitar o acesso à informação.

«A partilha da informação é a alma do negócio. Quem pensa que o segredo ainda é a alma do negócio está muito enganado», condenou. «Até com o analfabetismo estamos a acabar. Até com a tuberculose estamos a acabar. Por que é que não se acaba com o segredo de Estado?», questionou Barreto.

Casos como o do TGV e do novo aeroporto são exemplos apontados pelo comentador político de como «o Estado é opaco», uma vez que «se os estudos tivessem sido conhecidos desde o início» não se tinha assistido a tantos reveses nas decisões políticas, como as várias localizações do novo aeroporto de Lisboa.

«Sem investimento, não há programa de resgate que valha» ao País, sublinhou, dizendo que as políticas públicas devem concentrar esforços no conhecimento e na informação.

Investimentos como o do computador Magalhães, que foi um «desígnio político» desnecessário, devem apostar nos conteúdos. «Não considero que investimento no Magalhães fosse necessário. Foi um desígnio político. Era mais importante a aposta nos conteúdos», acrescentou.

Depois de ter afirmado que a Constituição «perdeu a validade», António Barreto defendeu também que Portugal não deve impedir os portugueses qualificados de sair do país e deve deixá-los partir para aprenderem no estrangeiro e saber recuperá-los, criando condições para o seu regresso.

«Não tenham medo de quem se vai embora. Tenham medo é de quem não volta. Não é preciso que Portugal impeça (os portugueses) de partir, não fixem raízes a ninguém, deixem as pessoas partir e ir aprender (lá fora) mas depois saibam ir recuperá-los e criar condições para eles voltarem», disse.
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