CGTP defende demissão de Relvas caso pressões se confirmem - TVI

CGTP defende demissão de Relvas caso pressões se confirmem

Arménio Carlos (LUSA)

Arménio Carlos considera que houve «claramente uma tentativa de intromissão do Governo»

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O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considera o caso Relvas/Público um «mau sinal» para a democracia e defende que a confirmarem-se as pressões sobre a jornalista o ministro deve demitir-se.

«Um ministro que está envolvido num processo tão polémico como este, se porventura se vierem a confirmar responsabilidades de ingerência e pressão, do ponto de vista pessoal, sobre uma jornalista, não tem rigorosamente condições nenhumas para continuar neste cargo», disse à Lusa Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP.

A confirmarem-se «as notícias que neste momento são públicas, se Miguel Relvas tiver ainda algum bom senso, o que tem de fazer é tomar a iniciativa de pedir a demissão», defende Arménio Carlos, para quem o caso que o envolve o ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares e o jornal «Público» é «um mau sinal».

Arménio Carlos considera haver «claramente uma tentativa de intromissão do Governo em relação à autonomia e liberdade dos profissionais da comunicação social», sinal de que «a democracia não está a funcionar e o respeito pela liberdade de informação está a ser posto em causa».

O líder da CGTP falava na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha, à margem do IV Congresso da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal, que hoje e sábado debate a melhoria dos salários e condições de trabalho, a defesa dos horários de trabalho e direitos sociais, a defesa da negociação da contratação coletiva e a manutenção dos direitos dos contratos.

A posição do secretário-geral foi expressa já depois de Miguel Relvas ter sido ouvido pela Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) e ter afirmado, no final, «nunca» ter exercido «pressões» sobre o jornal «Público» ou os seus jornalistas, e já depois da diretora deste jornal ter reiterado as acusações anteriormente feitas.

O conselho de redação do Público afirmou na sexta-feira, dia 18, que Miguel Relvas ameaçou queixar-se ao regulador do setor, promover um «blackout» de todos os ministros ao jornal diário e divulgar, na Internet, dados da vida privada de uma jornalista, se fosse publicada uma notícia sobre o caso das secretas.

A notícia pretendia evidenciar «as incongruências» das declarações do ministro, na terça-feira, no Parlamento, sobre o caso das secretas, mas acabou por não ser publicada.

Mais tarde, o «Público» noticiou que Miguel Relvas pedira, nesse dia, desculpa ao jornal, depois de a direção ter feito um protesto por «uma pressão» do governante sobre a jornalista que acompanha o caso das secretas. Pedido de desculpas feito no mesmo dia em que o gabinete do ministro refutou a denúncia do conselho de redação do «Público».
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