«O ministro que mais manipulou números» - TVI

«O ministro que mais manipulou números»

  • Portugal Diário
  • 15 jan 2008, 14:29
Ex-ministro das Finanças, Bagão Felix

Bagão diz que números do desemprego são falsos. BE devolve as acusações ao ex-governante

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O dirigente do Bloco de Esquerda (BE) Francisco Louçã acusou hoje Bagão Félix de não ter credibilidade para falar de manipulação dos números do desemprego por ter sido um dos ministros que «mais manipulou» estes indicadores.

«Se há alguém que mais manipulou os números do desemprego e que mais desemprego provocou é o dr. Bagão Félix», afirmou Louçã, em resposta às afirmações do antigo ministro Bagão Félix que, segunda-feira à noite, denunciou a manipulação dos números de desemprego.

Quando chegou a ministro, «a primeira coisa» que Bagão, independente próximo do CDS, fez, segundo Louçã, «foi a substituição por responsáveis concelhios do CDS de todos os directores dos centros de Emprego», disse Louçã aos jornalistas, no final de uma reunião com o Procurador-geral da República, Pinto Monteiro.

Convidado a falar de política económica e financeira nas jornadas parlamentares do PSD, em Vilamoura, no Algarve, Bagão Félix sugeriu aos deputados do PSD que «talvez valha a pena verem o que se passa no Instituto do Emprego e da Formação Profissional em termos de limpeza de ficheiros».

De acordo com o antigo ministro nos Governos PSD-CDS, são feitas «habilidades como o programa Novas Oportunidades e outras coisas que transformam pseudo-desempregados em pseudo-empregados» e tornam «cada vez maior» a disparidade entre os números do IEFP e os do Instituto Nacional de Estatística (INE).

«O desemprego registado através do IEFP tenderia a ser maior do que o do INE. Actualmente sucede o contrário», assinalou.

Por outro lado, Bagão Félix criticou «o aumento das pensões recentemente aprovado».

«Este é o menor aumento das pensões registado na democracia, apesar do superavit [da Segurança Social], e resulta a meu ver de um erro de grande insensibilidade social», declarou.

«Com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) até dois por cento, o melhor que pode acontecer é manter-se o poder de compra. Significa dizer: contentem-se com manter ou diminuir ligeiramente o poder de compra porque as vossas pensões são razoáveis. Isso não faz qualquer sentido», sustentou.
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