OE2011: Louçã defende que há alternativa ao acordo PS/PSD - TVI

OE2011: Louçã defende que há alternativa ao acordo PS/PSD

Francisco Louçã

Líder do BE apela à «mobilização da democracia»

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O líder do Bloco de Esquerda instou este sábado os portugueses a participarem na greve geral, salientando que é possível encontrar uma «solução alternativa» ao acordo PS/PSD, que quer impor o aumento dos impostos e redução dos salários, noticia a Lusa.

Intervindo na sessão de encerramento do Fórum Imigração, organizado pelo Bloco de Esquerda (BE) em Lisboa, Francisco Louça defendeu a necessidade de os portugueses escolherem o «caminho de mobilização da democracia», defendendo que é possível encontrar «uma alternativa» ao que o PS e PSD querem impor ao país.

«Haverá uma greve geral, que é a primeira grande resposta em nome da sociedade, da maioria [¿] contra os que nos querem impor um aumento dos impostos, a redução dos salários e um aumento do desemprego», frisou.

Louçã lembrou que membros do Governo reuniram-se este sábado no Parlamento com uma delegação PSD para tentarem discutir e viabilizar o Orçamento do Estado para 2011.

«Estamos à beira de decisões importantes nas vésperas de ser votado na Assembleia da República um orçamento que é marcante para a vida económica portuguesa. E parece que toda a política se resumiu a este dia: sai fumo branco desta reunião ou não sai?», ironizou.

Um acordo, continuou Louçã, «que já se sabe que é para aumentar os impostos e reduzir os salários», ou seja, que «afecta rigorosamente toda e qualquer pessoa que trabalha neste país», e que vai levar a um orçamento que «vai prejudicar a economia» e que é a «pior das alternativas possíveis».

Exemplo da AutoEuropa

Como exemplo de que uma alternativa em Portugal ainda é possível, Louçã deu o acordo «importante» alcançado na sexta-feira pelos trabalhadores da AutoEuropa.

O líder bloquista lembrou que os trabalhadores da maior empresa exportadora portuguesa conseguiram, entre outros, «um aumento de 3,9 por cento dos seus salários para os próximos dois anos» e a «garantia de que não haverá despedimentos colectivos» nesse período.

Num país «a beira do precipício», em que PS e PSD se entendem para assegurar que a «única solução é baixar os salários», houve «milhares de trabalhadores que conseguiram aumentar o seu salário para melhores competências e melhores qualificações», destacou Louçã.

«Para eles, por causa da sua luta e determinação, o país pode estar melhor», frisou, reconhecendo, porém, que alcançar acordos semelhantes em outras empresas mais pequenas será «mais difícil».

É por isso que, segundo Louçã, a «resposta social» que a greve geral de Novembro vai dar pode ser o «ponto de viragem em relação a esta crise».
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