Nem todas as histórias podem ser contadas - TVI

Nem todas as histórias podem ser contadas

«Estamos um pouco além das operações de manutenção de paz», disse um general do exército

Desde 1996, as tropas portuguesas já estiveram na Bósnia, Kosovo e Timor-Leste. Mas nenhum dos cenários é tão sensível como o Afeganistão, onde a missão dos militares vai um pouco mais além do empenho na manutenção de paz e sobre o qual nem todas as histórias podem ser contadas.

Com os militares em exercício atrás de si, o general Carlos Jerónimo, Comandante da Brigada de Reacção Rápida, explicou que o cenário afegão é complexo. «Estamos um pouco além das operações de manutenção de paz», disse, revelando que nem todos os problemas ou missões com militares portugueses envolvidos chegam aos jornais televisões e rádios.

«Nem todas as notícias são reportadas para a comunicação social», afirmou. «Durante os seis meses de missão há muitas situações em que as forças têm de actuar contra insurgentes, em acções de busca e estreitamento de combate», acrescentou o militar. Explicando que a preservação de informações tem uma justificação: «A protecção da força depende dessa informação revelar zonas onde actua e contra quem actua».

De Beja a Kandahar

«Ninguém pode dizer que não tem medo»

Sobre o exercício que se realizou nos arredores de Beja, o general explicou que as emboscadas são uma das grandes ameaças no Afeganistão para as tropas portuguesas, tal como a existência de «bombistas suicidas» e de «engenhos explosivos accionados à distância».

Com a presença portuguesa no país com fim anunciado para dentro de pouco mais de seis meses, Carlos Jerónimo fez uma avaliação positiva da missão. «Acho que apesar de ser um teatro de risco, é um teatro onde aprendemos muito, só em situações reais, é que se aprende (...). São lições para o futuro, para que possamos melhorar», disse.
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