No final de uma visita à Maternidade Alfredo da Costa, a porta-voz do partido, Catarina Martins, afirmou que as duas principais medidas para aumentar a natalidade passam pela "criação de emprego" e pelo aumento dos "salários".
Depois, é necessário criar outro tipo de condições que visem o "apoio às famílias"."Se as pessoas não têm aqui perspetivas de trabalho, tambem não podem ter aqui filhos."
"Precisamos de creches públicas. As creches em Portugal são mais caras do que as propinas da universidade. Não podemos ter crianças de quatro anos a pagar o mesmo passe de autocarro que um adulto,precisamos de abonos de família."
Catarina Martins e Pedro Filipe Soares estiveram na maternidade de Lisboa, na manhã desta quinta-feira, numa visita que ocorreu à porta fechada, isto é, sem jornalistas. À saída, Catarina Martins esclareceu que esteve reunida com o Conselho de Administração e diretores daquela unidade de saúde e apontou o principal problema da maternidade que, recordou, já "esteve para fechar": a falta de profissionais. Uma falta de profissionais que o Bloco estende como um problema ao nível nacional.
"Esteve em risco de fechar, mas tanto as pessoas que aqui tiveram filhos como as que aqui trabalham uniram-se para a salvar. Está no entanto com problemas. Estamos a assistir em todo o Serviço Nacional de Saúde a uma saída massiva de profissionais. Médicos e enfermeiros estão a sair para o privado e para o estrangeiro."
O partido sublinhou que a "política de baixos salários" e "o congelamento das carreiras na função pública" estão na origem desta situação que, para Catarina Martins, "está a destruir o país". O que é preciso fazer? "Respeitar quem trabalha. Se esses profissionais tiveram cá carreira e trabalho vão estar aqui, no nosso país, a gastar aquilo que ganham e a combater a recessão. "
Por estes dias, o aumento do défice após o rombo do Novo Banco promete aquecer a campanha. Hoje, voltou a ser usado pelo Bloco para deixar duras críticas ao Governo.
"Este Govenro cortou todos os anos no orçamento do SNS por causa do sacrassanto defice. Os funcionários públicos viram os seus salários cortados e as suas carreiras congeladas. Por que estamos a perder médicos e enfermeiros que precisamos para controlar um défice que agora está descontrolado? [...] O nosso país decidiu que era mais importante cumprir metas do défice que eram impossíveis e pagamentos de divída claramente exagerados para as possibilidades do país em vez de investir nos setores estruturais."
Catarina Martins rematou: a austeridade foi um "ciclo infernal de destruição do país".
"A austeridade provou-se como um ciclo infernal de destruição do nosso país. Depois de tanto corte, as contas estão mais descontroladas do que nunca."