PCP denuncia «implosão do sistema de transportes» - TVI

PCP denuncia «implosão do sistema de transportes»

Metro de Lisboa

Comunistas diz que objectivo de fusão de empresas é a sua privatização

Relacionados
O dirigente do PCP Vasco Cardoso acusou este sábado o Governo PSD/CDS-PP de estar a preparar a fusão de empresas públicas de transportes com o objectivo de as privatizar, levando à «implosão do sistema de transportes nacional», noticia a Lusa.

Em conferência de imprensa, na sede do PCP, em Lisboa, Vasco Cardoso acusou também o Executivo de pretender suprimir serviços, agravar os preços e atacar direitos dos trabalhadores das empresas de transportes, considerando que os portugueses têm «motivos para se revoltarem e lutarem».

Vasco Cardoso sustentou que o problema é a desorçamentação das empresas públicas de transportes e que a falta de dinheiro é uma «falsa questão», declarando: «Há dinheiro para entregar à banca, há dinheiro para entregar aos grupos económicos e financeiros, há dinheiro para promover a especulação financeira, para entregar aos grupos privados».

O dirigente da Comissão Política do PCP referiu que há até grupos privados no sector dos transportes que «recebem hoje mais indemnizações compensatórias, para iguais percursos e iguais actividades, do que recebem as empresas públicas».

Segundo Vasco Cardoso, a fusão de empresas como a Carris e o Metro de Lisboa ou a Transtejo e a Soflusa, «que o Governo apresenta como uma racionalização de custos, destina-se a dar dimensão a essas empresas e liquidar sectores das mesmas visando a sua privatização».

A intenção do Governo é «privatizar o conjunto das empresas públicas» de transportes, «agravar os preços dos bilhetes e passes sociais, atingir drasticamente os direitos dos trabalhadores, diminuir e condicionar o investimento público para os próximos anos» e «extinguir serviços, suprimir ligações», levando à «implosão do sistema de transportes nacional», acusou.

«A transferência dos sectores de infra-estruturas do Metro de Lisboa e do Porto para a Refer tem o claro objectivo de limpar as empresas a privatizar da dívida criada pelos investimentos em infra-estruturas, das responsabilidades pelo seu desenvolvimento e manutenção, mantendo a Refer como empresa pública exactamente para poder absorver todos os passivos e responsabilidades futuras, deixando ao grande capital a carne e ao Estado os ossos», alegou.

Por outro lado, Vasco Cardoso acusou o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, de ter feito «uma apresentação atabalhoada, não sustentada, mentirosa» das «linhas orientadoras» do Governo para o sector dos transportes, na sexta-feira, no Parlamento [onde anunciou, designadamente a fusão da Carris com a Metro de Lisboa, da Metro do Porto com a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) e da Transtejo com a Soflusa].

De acordo com o dirigente da Comissão Política do PCP, «o Governo exibiu sem complexos a sua política de agravamento da exploração e o seu ódio de classe a todos os trabalhadores, mentindo quando repetiu que os trabalhadores da Carris têm 30 dias de férias, afirmando tratar-se de um privilégio, quando todos os trabalhadores têm 30 dias de férias, apresentados como 22 dias úteis, nos sectores que laboram de segunda a sexta».
Continue a ler esta notícia

Relacionados