BE alerta para os «rostos visíveis da pobreza» - TVI

BE alerta para os «rostos visíveis da pobreza»

Catarina Martins [LUSA]

Catarina Martins diz que os portugueses são «vítimas concretas das políticas do Governo e da troika»

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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) alertou esta quinta-feira para os «rostos visíveis da pobreza», «vítimas concretas das políticas do Governo e da troika», numa ação de rua que decorreu no Chiado, no centro de Lisboa.

«Por trás dos discursos e dos números, há realidades concretas. Quando vemos que o Produto Interno Bruto (PIB) encolhe cinco por cento com este Governo, o desemprego a aumentar, as prestações sociais que desceram (...). Tudo tem rostos visíveis, vítimas concretas das políticas do Governo e da troika e da sua austeridade. É o visível do empobrecimento», disse Catarina Martins.

Questionada sobre a demora em torno do processo da sétima avaliação da troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) ao desempenho de Portugal, a deputada bloquista afirmou que o executivo da coligação PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho, fez um «jogo de escondidas».

«As políticas que foram acordadas entre a 'troika' e o Governo falharam, porque falharam as próprias previsões. A recessão é muito mais profunda, o desemprego muito maior do que previam. Na realidade, não tem já condições de dar resposta ao país. O que nós esperamos da avaliação é que nos dissessem já o que estão a propor fazer. Este jogo de escondidas com o pais é um jogo sem sentido», sublinhou.

Para Catarina Martins é essencial «uma inversão completa das políticas», rejeitando mais cortes no Estado Social, porque «a prioridade tem de ser as pessoas, a dignidade da vida das pessoas».

«Um Governo e uma troika que veem o país como uma experiência de laboratório para uma teoria neoliberal, que se prova errada a cada dia, a cada previsão, a cada orçamento, é incapaz de dar resposta a essa prioridade», atestou, alertando para situações de «famílias que deixaram de ter condições económicas e viram mesmo os filhos institucionalizados».

No Chiado, sobre uma faixa negra «cor da fome», várias fotografias de rosto para baixo foram expostas, com frases impressas nas costas, convidando os transeuntes a virá-las e confrontar-se com a realidade, «as tragédias reais».

Sob o título «Estou aqui, porque não me vês?», a iniciativa visava chamar a atenção para o problema da pobreza, divulgando o colóquio Desigualdade e Pobreza, organizado pelo BE para sábado, no Fórum Lisboa (antigo cinema Roma).

A partir das 10:00 e até por volta das 17:00, vários especialistas vão debater estes temas e o coordenador e deputado bloquista João Semedo vai encerrar os trabalhos.
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