Cavaco apela aos jovens: «Façam ouvir a vossa voz» - TVI

Cavaco apela aos jovens: «Façam ouvir a vossa voz»

Presidente disse que é hora de os portugueses «despertarem da letargia» e defendeu a necessidade de «um sobressalto cívico»

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A três dias da manifestação do movimento «Geração à rasca», que promete trazer milhares de jovens em protesto para as ruas de várias cidades portuguessas, no discurso de posse, o Presidente da República, Cavaco Silva não quis deixar de fazer «um apelo vibrante aos jovens»: «Ajudem o vosso país. Façam ouvir a vossa voz».

«Este é o vosso tempo. Mostrem a todos que é possível viver num país mais justo e mais desenvolvido, com uma cultura cívica mais sadia, mais limpa, mais digna. Mostrem às outras gerações que não se acomodam nem se resignam», apelou.

«Os jovens não podem ver o seu futuro adiado devido a opções erradas tomadas no presente. É nosso dever impedir que aos jovens seja deixada uma pesada herança, feita de dívidas, de encargos futuros, de desemprego ou de investimento improdutivo».

«Se nada fizermos, os nossos melhores jovens irão fixar-se no estrangeiro, processo que, aliás, já começa a tornar-se visível», alertou Cavaco.

O Presidente disse que é hora de os portugueses «despertarem da letargia» e defendeu a necessidade de «um sobressalto cívico que faça despertar os portugueses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e, sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos».

«O País terá muito a ganhar se os Portugueses, associados das mais diversas formas, participarem mais activamente na vida colectiva, afirmando os seus direitos e deveres de cidadania e fazendo chegar a sua voz aos decisores políticos».

Num discurso duro para o Governo, Cavaco não poupou críticas aos políticos e à forma como são escolhidos.

«Muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático». «O exercício de funções públicas deve ser prestigiado pelos melhores, o que exige que as nomeações para os cargos dirigentes da Administração sejam pautadas exclusivamente por critérios de mérito e não pela filiação partidária dos nomeados ou pelas suas simpatias políticas».
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