Europeias: João Ferreira e as «irrevogáveis declarações» de Portas - TVI

Europeias: João Ferreira e as «irrevogáveis declarações» de Portas

PCP acusa governo de hipocrisia e cinismo

Cabeça de lista da CDU às Europeias comenta os apelos ao voto feitos pelo líder do CDS-PP. CDU também desvaloriza «almas inquietas» do PS e rejeita voto útil

O eurodeputado comunista João Ferreira afirmou esta terça-feira que o apelo da véspera do líder do CDS-PP aos votos do eleitorado do centro-esquerda na «Aliança Portugal», da coligação do Governo, são «irrevogáveis declarações», atribuindo-lhes nenhuma credibilidade.

«Já tudo se pode esperar, vindo de quem vem. São declarações que não podem ser levadas muito a sério. Hoje, poucos portugueses levarão a sério declarações vindas de onde vêm. Irrevogáveis declarações... só talvez o desespero [para as justificar]», afirmou o recandidato da CDU ao Parlamento Europeu, numa «arruada», em Silves.

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, que ascendeu na hierarquia do executivo depois de se ter demitido «de forma irrevogável» em junho, pedira na véspera, em Lamego, para a sua «gente» não ficar em casa no dia 25 de maio e apelou mesmo ao voto do centro-esquerda, defendendo que o PS não dá garantias de ter aprendido com os «próprios erros».

«É evidente que há hoje uma condenação muito grande da generalidade população a este Governo e a esta política e o reconhecimento de muitos portugueses, mesmo os que deram a sua confiança e o seu voto aos partidos que estão no Governo, de que foram enganados, foram traídos», concluiu.

O cabeça de lista da CDU às europeias desvalorizou igualmente as «almas inquietas» do PS e a atenção prestada à candidatura que junta comunistas, Verdes e Intervenção Democrática, defendendo que é a sua lista que merece o voto útil.

«Andam por aí umas almas inquietas, que nos têm dirigido alguns ataques quando, para nós, o fundamental é criticar e atacar a política que inferniza a vida dos portugueses e trouxe o país à situação que hoje enfrentamos», afirmou João Ferreira, durante um percurso de contactos com a população, sobretudo comerciantes, desde o mercado municipal até aos paços do concelho, através da Baixa de Silves.

Para o eurodeputado comunista, «não há voto útil», pois «o voto útil, nestas eleições, é o voto que contribui para alterar o caminho que o país tem seguido nos últimos anos».

«Creio que é muito evidente de que há um crescendo de apoio à CDU, um reconhecimento crescente, por parte de cada vez mais camadas da população, de que a CDU é, pelo seu percurso e património de intervenção e de proposta, a força que está, de facto, em melhores condições de ser diferente dos que têm sido todos iguais», declarou.

Silves tem uma câmara municipal CDU, reconquistada nas últimas eleições autárquicas por Rosa Palma. Antes, a caravana a CDU teve uma primeira mini-arruada pouco concorrida, em São Bartolomeu de Messines, onde o marido daquela autarca também ganhou a junta de freguesia, com 78% dos votos, como refere a Lusa.
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