O jornalista Carlos Enes garantiu, esta terça-feira, na comissão de inquérito, que «existe documentação sobre o processo Freeport» na redacção da TVI que ainda não foi utilizada como notícia.
«Eu e a Ana Leal [outra jornalista encarregue do caso Freeport] achamos que há matéria noticiosa que poderia ter merecido a sua concretização como notícia», afirmou.
No entanto, o jornalista da TVI recusou descrever esses documentos.
«Todos os jornalistas sentiram a enorme agressividade de Sócrates»
Enes respondia às perguntas do deputado do PSD Pedro Duarte, que procurava saber se a nova direcção de informação da TVI está a travar novas notícias sobre o caso Freeport após o fim do jornal apresentado por Manuela Moura Guedes.
«Com a nova direcção houve uma primeira peça a 4 de Setembro de uma investigação sobre o primo do primeiro-ministro que saiu já sem o Jornal Nacional de Sexta. Continuámos a trabalhar, eu e a Ana Leal, com um critério diferente e pusemos no ar mais duas peças produto dessa investigação. E fizemos ainda outras notícias», enumerou.
O jornalista contou que a equipa do Jornal Nacional de Sexta «foi reabsorvida na redacção» após a sua suspensão. «Eu fui convidado a integrar a equipa que acompanha casos de Justiça. O meu trabalho não mudou no essencial. Eu continuo a ter liberdade de trabalho, tempo para fazer peças fora de agenda e tenho boas relações pessoais com o director de informação», disse.
Ainda sobre o caso Freeport e as queixas de José Sócrates quanto à alegada «caça ao homem» que a TVI lhe faria, Carlos Enes recordou que elaborou «peças sobre outros dirigentes políticos no Jornal Nacional de Sexta», exemplificando com a divulgação de escutas do caso Portucale, que envolvem Paulo Portas.
Freeport: jornalista da TVI garante que há mais documentos
- Catarina Pereira
- 20 abr 2010, 12:14
Carlos Enes considera que «há matéria» suficiente para produzir mais notícias
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