A deputada única do Livre, Joacine Katar Moreira, exigiu hoje respeito por parte dos jornalistas, à saída da sessão plenária da Assembleia da República dedicada ao debate quinzenal com o primeiro-ministro.
Eu acho que é necessário nós começarmos a respeitarmo-nos uns aos outros. Se vos foi avisado, antecipado, que eu ontem [terça-feira] não iria efetuar, dar entrevista absolutamente nenhuma, o que se espera é que haja respeito", limitou-se a afirmar.
Joacine Moreira respondia a perguntas dos jornalistas sobre o caso da aparente "escolta" de que foi alvo, na terça-feira no parlamento, por um graduado da Guarda Nacional Republicana até à saída do Palácio de São Bento, quando estava a ser questionada por um repórter da televisão SIC.
Hoje mesmo, a secretaria-geral da Assembleia da República esclareceu que os oficiais da GNR de São Bento só podem acompanhar os deputados quando estiver em causa a sua segurança.
Os elementos da GNR "só podem intervir quando estiver em causa a segurança dos senhores deputados", disse à agência Lusa o secretário-geral da Assembleia da República, Albino Azevedo Soares, ao abordar o sucedido.
A pedido do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o secretário-geral solicitou aos serviços de segurança do parlamento para explicarem o caso da aparente escolta de Joacine Moreira e do seu assessor, Rafael Esteves Martins, nos corredores de São Bento e que a SIC reproduziu nos seus noticiários de terça-feira.
"Larguem o osso"
Na segunda-feira, a única deputada do Livre falhou o prazo para entrega de proposta sobre lei da nacionalidade, uma das prioridades do partido durante a campanha eleitoral e que, por causa do atraso, não vai ser debatido.
No final do dia, a deputada foi confrontada pela imprensa no Parlamento, mas fugiu às perguntas e abandonou o local ladeada pelo seu assessor parlamentar, Rafael Esteves Martins, enquanto era ainda escoltada por um funcionário da Assembleia da República que tentou afastar os jornalistas.
No Twitter, o assessor tentou desvalorizar a situação, dizendo que se tratava de um guarda da GNR que estava a "olhar para a sala" e acompanhou a deputada "até ao gabinete".
Quando pedes para usar o Salão Nobre da AR a pedido de um canal internacional, tens um guarda GNR, identificado, a olhar pela sala (isto é um museu), pedes para acompanhar uma deputada até ao gabinete e jornalistas (residentes!) dizem que chamaste um "segurança".
E não se ficou por aqui. Esta quarta-feira, depois da polémica se ter adensado, Rafael Esteves Martins voltou a pronunciar-se sobre o tema, ao longo de vários tweets, tendo justificado o acompanhamento de Joacine Katar Moreira por um GNR por um jornalista, terminando o assunto com um "larguem o osso".
Ontem um jornalista entrou-nos pelo gabinete. Foi isso. There, I said it. Larguem o osso.