«Governo vira a cara para o lado na violência doméstica» - TVI

«Governo vira a cara para o lado na violência doméstica»

Violência [arquivo]

PEV insiste no projecto de aplicação de quotas para vítimas de violência doméstica em empregos públicos

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O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) acusou esta segunda-feira o Governo de insensibilidade em relação à violência doméstica, lamentando a falta de vontade política para criar soluções concretas que ajudem as mulheres vítimas do problema, refera a Lusa.

«Aquilo que verificamos é que temos todos os anos dezenas de mulheres a morrer vítimas de violência doméstica. Não dá para virar a cara para o lado. Infelizmente aquilo que parece é que a secretária de Estado da Igualdade e o Governo no seu todo vão fazendo discursos muito floridos, mas quando chegam as soluções concretas viram a cara para o lado e querem continuar nesta pasmaceira e neste adiamento permanente das soluções», declarou a deputada do PEV Heloísa Apolónia.

Em conferência de imprensa, Os Verdes pretenderam responder à secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, que disse não ver justificação para a aplicação de quotas para vítimas de violência doméstica em empregos públicos, como o partido propõe.

Heloísa Apolónia sublinhou que muitas mulheres se sujeitam à violência por estarem «totalmente dependentes economicamente do agressor».

Para as ajudar a «fugir» desta realidade, o PEV apresentou este ano no Parlamento um projecto de lei que prevê que, nos concursos externos de ingresso à função pública, em cada cinco lugares, um seja disponibilizado para estas mulheres.

«A secretária de Estado veio dizer que para muitas mulheres essa questão não se coloca porque têm o seu emprego. Ora o projecto de lei dos Verdes não se dirige a quem tem o seu emprego estabilizado. A secretária de Estado vem de forma perfeitamente insensível dizer que as mulheres têm de se responsabilizar pelo seu próprio percurso: o que sabemos é que muitas não conseguem e sujeitam-se à violência doméstica», frisou a deputada.

Heloísa Apolónia lamentou ainda a «lentidão» da globalidade das respostas políticas que podem combater a violência doméstica.
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