Debate: «Insensibilidade» de Sócrates vs «redução de salários» do PSD

O PSD reagiu com dureza do discurso de José Sócrates durante o debate do Estado da Nação. O líder da bancada parlamentar, Miguel Macedo, disse que o primeiro-ministro fez o discurso de «negação do país», revelando «insensibilidade».

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Desde logo, frisando que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentados por Sócrates são de 2009 e relativos a rendimentos de 2008. Aliás, na resposta, Sócrates foi levado a concordar com isso. E disse-o durante o discurso.

«A primeira conclusão que tiro é que temos dois países: o país da fantasia do primeiro-ministro e o país das dificuldades», frisou Miguel Macedo, considerando que existe «despesa pública a mais» e «riqueza a menos, poder de compra a menos».

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Na perspectiva do líder parlamentar do PSD, foi um «discurso da negação do país», um «discurso de insensibilidade social e autismo político», até porque, na sua perspectiva, «os portugueses empobreceram nos últimos cinco anos».

José Sócrates discorda e recorre às declarações de Pedro Passos Coelho durante as jornadas parlamentares do PSD. «Hoje Portugal tem três vezes mais pobres. Em que se baseia ele para dizer isto?», questiona o primeiro-ministro, avisando que «é preciso ter cuidado com o que se diz, porque os números desmentem-no».

O primeiro-ministro aposta no discurso positivo, é um optimista, e acha que o PSD também o deve ser, ao invés de ter um «discurso negativista». «Nenhum político pode desistir da confiança e de dar ânimo ao povo», vincou.

A resposta de Sócrates terminou com uma provocação. «Que magnífica proposta foi feita nas jornadas parlamentares do PSD? Reduzir os salários da função pública. É certo que não foi dito por ninguém do PSD, mas por um dos convidados [ndr: Ernâni Lopes). Vocês lá sabem quem convidam», frisou.