Guantánamo: seis detidos prontos para partirem para Portugal

Seis prisioneiros de Guantánamo detidos sem culpa formada, representados pela ONG Reprieve, estão prontos para viajar imediatamente para Portugal logo que Lisboa dê luz verde, adianta a edição online do semanário «Expresso».

A revelação foi feita ao «Expresso» por Clive Smith, director da Reprieve, uma organização não-governamental internacional que representa legalmente 33 dos cerca de 250 prisioneiros ainda detidos na prisão norte-americana de Guantánamo (Cuba).

Prisioneiros estão já ilibados das acusações

Na SIC Notícias, a eurodeputada socialista Ana Gomes comentou esta informação, lembrando que os prisioneiros já foram ilibados dos crimes de que eram acusados. «Estas pessoas vão ser trazidas já não como detidos, porque eles já estão ilibados de suspeitas de terem cometido actos terroristas pelas próprias autoridades norte-americanas».

Ana Gomes lembrou que eles não podem ser repatriados para os seus países de origem porque são países «onde se violam os direitos humanos» e onde «iriam ser perseguidos».

A eurodeputada socialista acha por isso natural que a Reprieve, em nome dos seus clientes que já estão ilibados e que passaram anos de tortura e detenção ilegal em Guantánamo, tenha solicitado o seu acolhimento ao governo de Lisboa.

«New York Times» e o «Washington Post» a destacam atitude de Portugal

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, anunciou quarta-feira que Portugal está disponível para acolher prisioneiros de Guantánamo no âmbito de uma iniciativa da União Europeia para ajudar os Estados Unidos a encerrar o centro de detenção de suspeitos de terrorismo.

A disponibilidade de Portugal para acolher detidos de Guantánamo foi notícia sexta-feira em todo o mundo, com o «New York Times» e o «Washington Post» a destacarem o passo decisivo que representa para o encerramento do campo.