Cavaco está «muito aquém do que seria desejável» - TVI

Cavaco está «muito aquém do que seria desejável»

Fernando Nobre (Miguel A. Lopes)

Fernando Nobre considera que PR tem falhado na transmissão de esperança aos cidadãos

O antigo candidato presidencial Fernando Nobre considerou esta segunda-feira que Cavaco Silva está «muito aquém do que seria desejável» na transmissão de esperança aos portugueses e que deveria «pugnar» por uma «mais justa redistribuição da riqueza nacional».

«É um ano extremamente difícil e problemático para Portugal e para todos os portugueses, o que posso dizer é que eu teria desejado que houvesse um empenho muito mais forte no sentido de poder dar confiança aos portugueses, porque sem confiança não há esperança no futuro», afirmou à Lusa o presidente da AMI.

Fernando Nobre falava numa declaração à Lusa sobre o primeiro ano do segundo mandato de Cavaco Silva como Presidente da República, que hoje se assinala.

«Acho que é a grande crise que Portugal e os portugueses estão a viver, uma falta de esperança tremenda, o que faz com que, efectivamente, o movimento que já vinha desde 2008 se vá ampliando, no sentido da saída de portugueses para o estrangeiro», referiu.

O ex-candidato presidencial reconheceu que estes «são tempos de tamanhos desafios, que exigem de um Presidente da República um investimento de todos os instantes, um dinamismo e uma força ímpares», mas considerou que Cavaco «tem ficado muito aquém do que seria desejável» na transmissão de uma mensagem de esperança aos cidadãos e em oferecer uma «perspectiva de futuro» às gerações mais jovens.

«Não podemos permitir que o descrédito se instale nas novas gerações», advertiu, assinalando que sempre defendeu uma «Presidência mais activa, interventiva, presente, junto dos cidadãos».

«Ele é o único órgão de soberania eleito unipessoalmente e daí advém uma força, uma autoridade e uma representatividade ímpares na vida política portuguesa», notou.

Segundo Nobre, para existir «confiança e esperança no futuro» é «fundamental assegurar coisas básicas» como «transparência na vida pública, uma justiça muito mais célere e eficaz, um combate sem tréguas à corrupção».

«É preciso pugnar de forma determinada, e eu acho que o primeiro magistrado da nação para isso deveria estar fadado, sendo o mobilizador e o catalisador de boas vontades, no sentido de uma melhor, mais justa e indispensável redistribuição equitativa da riqueza nacional», concluiu.
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