«Sócrates não é dono dos cargos públicos» - TVI

«Sócrates não é dono dos cargos públicos»

Manuela Ferreira Leite

Ferreira Leite não revela qual o nome apontado pelo partido para o cargo de Provedor de Justiça

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ACTUALIZADA ÀS 18h11

A presidente do PSD defendeu esta sexta-feira que a indicação do próximo Provedor de Justiça deve caber à oposição e disse aguardar «o necessário consenso» do PS à proposta que o partido apresentou ainda no ano passado, avança a Lusa.

Numa declaração aos jornalistas na sede do PSD em Lisboa, Manuela Ferreira Leite escusou-se a revelar quem foi a personalidade indicada pelo partido para suceder a Nascimento Rodrigues no cargo de Provedor de Justiça, alegando que «não interessa discutir nomes», mas esclareceu que não se tratou de Laborinho Lúcio, «que já foi indicado há uns anos e não passou no Parlamento».

A líder do PSD indicou ainda que o nome apontado pelo PSD não pertence ao partido.

«O PSD tem, entre os seus militantes, ilustres personalidades que exerceriam esta função com competência e dignidade exemplares», mas Ferreira Leite entende que, para obter «um consenso no Parlamento e na sociedade», o nome proposto deveria ser «uma personalidade independente, de indiscutível competência técnica, para com isenção ser a voz de defesa dos cidadãos».

Para o PSD, «faz todo o sentido que a indicação do Provedor de Justiça seja da iniciativa da oposição e não do partido que está no poder», mas «o Partido Socialista nunca se dignou a responder se concordava ou discordava» da proposta que os social-democratas fizeram no final do ano passado.

Ferreira Leite acrescenta que «numa atitude de imposição, [o PS] optou por ensaiar uma inusitada indicação de sucessivos nomes alternativos».

A presidente do PSD afirmou ter ouvido «com espanto» as declarações do primeiro-ministro, que na quarta-feira admitiu no Parlamento que o PS avançará sozinho se não houver acordo quanto ao sucessor de Nascimento Rodrigues.

«Foram declarações infelizes, ao arrepio do sentido de Estado com que o assunto deve ser tratado. Se o engenheiro Sócrates entende que pelo facto de ser primeiro-ministro é dono dos cargos públicos, eu quero dizer-lhe que não é. Não lhe reconheço nem aceito esse direito», sublinhou Manuela Ferreira Leite.

«O PSD continuará a aguardar o necessário consenso para a proposta que apresentámos», sustentou.
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