Aproveitando o facto de o debate quinzenal ter começado com as intervenções do CDS-PP e do PSD, Ferro Rodrigues lamentou ter assistido a “meia hora de colóquio” entre Passos Coelho e os partidos da maioria.
“Citando um futuro ex-primeiro-ministro, foi surpreendente, dentro da normalidade”.
O líder parlamentar socialista citava o próprio Passos Coelho, quando confrontado pelas buscas ao gabinete do secretário de Estado Paulo Núncio.
Segundo Ferro Rodrigues, a “normalidade” é o primeiro-ministro, PSD e CDS atacarem as “alternativas” do PS.
“O surpreendente é que estávamos à espera que tivesse ficado claro qual foi o meio de comunicação utilizado pelo vice-primeiro-ministro para se demitir em 2013. Não foi SMS, não foi carta, não foi fax… Terá sido sinais de fumo porque, da mesma maneira que apareceu no ar, dissipou-se”.
Na resposta ao socialista, Passos Coelho não comentou a polémica. No entanto, mais tarde, em resposta ao Bloco de Esquerda, sublinhou que não quis "enxovalhar ninguém" e que a coligação soube sempre "superar" as suas "dificuldades".
A demissão de Portas em 2013, contada numa biografia de Passos Coelho lançada ontem, já tinha sido motivo de brincadeira no Parlamento esta tarde, quando um deputado gritou , na resposta do primeiro-ministro ao deputado do CDS Nuno Magalhães, que o podia fazer por SMS.
Mais tarde, também a deputada dos Verdes, Heloísa Apolónio, se referiu a esta polémica, considerando-a uma prova de que a coligação "está rota".
“Tenha sido por SMS ou carta, isso não está em questão. O que está em questão é que esta coligação está rota e cai sempre qualquer coisa podre por essa parte. Vocês destabilizam o país porque estão desestabilizados. Não merecem continuar no Governo e há muito que o Presidente da República devia ter percebido isso.”