PCP: «Não seremos Governo a qualquer preço» - TVI

PCP: «Não seremos Governo a qualquer preço»

Avante: Jerónimo de Sousa considera que apelo ao voto útil no PS é «uma chantagem»

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Jerónimo de Sousa insistiu esta tarde no discurso final da Festa do Avante que o PCP não será governo «a qualquer preço», acrescentando a disponibilidade do partido para cooperar com outras forças para a «ruptura com a política de direita», refere a Lusa.

Num discurso de 50 minutos, na Quinta da Atalaia, Seixal, Jerónimo de Sousa reiterou que o PCP será governo «se e quando o povo português quiser e quando a ruptura e a mudança forem impostas pela vontade popular».

Mas, sublinhou, os comunistas não têm «qualquer pretensão ao exercício exclusivo da governação» e mantêm a sua «disponibilidade e empenhamento para a cooperação com todos os que de forma séria e convictamente estejam empenhados numa ruptura com a política de direita».

«Não seremos governo a qualquer preço, por meros arranjos e acordos artificiais a pensar mais nas postas e nas pastas que na política a concretizar», destacou Jerónimo de Sousa.

Uma ideia em que insistiu: «Não queremos de facto lugares no poder. Queremos de facto é mudar de política para um vida melhor, romper com esta, fazer a mudança, fazer uma nova política. Assim não, não nos peçam que enganemos o povo como eles fazem. Não temos duas caras, não temos duas verdades», salientou.

«Não podem contar com este Partido Comunista Português para concretizar a mesma política que tem sido seguida nestes anos», disse o líder comunista, para quem «as condições para o surgimento de uma alternativa de esquerda verdadeiramente digna desse nome» dependem «do povo e do seu voto» e não da «boa vontade de nenhum directório partidário dos partidos que têm governado o país».

Jerónimo de Sousa apela por isso ao reforço do voto na CDU, e apela aos eleitores do PS que se sentem defraudados.

«Não há mudança sem o reforço daqueles que convictamente lutam» por uma alternativa de esquerda - o PCP e a CDU, afirmou.

Um reforço para que podem contribuir «aqueles que votaram no PS e que foram enganados nas suas aspirações e interesses por um governo que fez o contrário do que anunciou».

Jerónimo de Sousa, apelidou hoje de «chantagem» o apelo ao voto útil no PS e rejeitou a «patranha» de que o país é ingovernável sem uma maioria absoluta.

Os socialistas ¿insinuam, quando não o dizem, que quem não está com o PS está com a direita¿, o que Jerónimo de Sousa disse ser ¿uma espécie de chantagem¿ recorrente ¿para perpetuar a bipolarização política e atrair o chamado voto útil, esse voto que o PS torna inútil logo que se apanha no poder¿.
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