Cavaco: Portugal precisa de «ir mais longe» na educação - TVI

Cavaco: Portugal precisa de «ir mais longe» na educação

«No campo do conhecimento e das qualificações que Portugal tem ainda uma significativa desvantagem em relação aos outros países da Europa»

O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou esta sexta-feira que Portugal precisa de «ir muito mais longe na qualidade e competitividade» da educação e formação, apontando uma «significativa desvantagem» do país, a nível europeu, quanto ao conhecimento e qualificações.

Cavaco Silva, que participou esta tarde na cerimónia comemorativa do centésimo aniversário do Liceu Camões, em Lisboa, referiu que «é no campo do conhecimento e das qualificações que Portugal tem ainda uma significativa desvantagem em relação aos outros países da Europa».

O Presidente destacou os «progressos notáveis» das últimas décadas na generalização do ensino obrigatório, na redução do abandono escolar e nos níveis de frequência das universidades, mas sublinhou que falta ao país «ir muito mais longe na qualidade e na competitividade» dos sistemas de educação e formação, «tendo em conta os padrões europeus» com o Portugal se compara.

Nos dias de hoje, destacou, «completar o ensino secundário e avançar o mais possível nos estudos é uma questão de justiça social».

«Passou-se de uma escola selectiva para uma escola inclusiva», que, acrescentou, «tem de ter lugar para os melhores, que devem poder expandir as suas capacidades, mas tem igualmente que saber acolher, apoiar e desenvolver todos os que aí chegam com menos potencial, seja por razões de natureza individual, seja por condições sociais ou familiares desfavoráveis».

«Já não há empregos para a vida»

Cavaco Silva destacou ainda o papel da escola e dos professores na sociedade actual, onde os mercados de trabalho têm conhecido «uma mudança acelerada».

Para o chefe de Estado, «já não há empregos para a vida, e a mobilidade, incluindo entre diferentes países, é uma realidade exigente», o que implica «novas maneiras de ensinar e de aprender», a que «a escola tem que dar resposta».

«Os professores, que foram os agentes da escola de rigor e de selecção de outrora, são hoje os agentes cruciais para o sucesso desta evolução que a sociedade moderna e global exige», e têm também a tarefa de «fazer a ligação entre o mundo exterior e a preparação das crianças e jovens».

A função da escola nos tempos actuais «tornou-se tão complexa e tão extensa que exige concertação das políticas nacionais e europeias, assim como a definição de padrões de qualidade que orientem e estimulem um aperfeiçoamento constante».
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