Marcelo conta com Papa para pôr ordem na Cúria Romana

O comentador político Marcelo Rebelo de Sousa classificou esta quinta-feira a eleição para papa do cardeal argentino Jorge Bergoglio como «espetacular», antevendo-o a pôr ordem na Cúria Romana e a dedicar-se aos problemas da pobreza no Mundo.

«Que Deus vos perdoe pelo que acabaram de fazer», disse Papa Francisco

«Temos Papa. E, para mim, é uma escolha espetacular. Aceitaria qualquer escolha, como católico, mas esta é, praticamente, a escolha ideal. Faz-me lembrar os tempos do Concílio Vaticano II, um toque de João XXIII, há alguma coisa da serenidade de Paulo VI, a Igreja serva e pobre, a colegialidade», começou por descrever à Agência Lusa.

O antigo líder social-democrata e conselheiro de Estado afirmou que o novo chefe de Estado do Vaticano «fala como bispo de Roma e não se impõe como papa, de forma chocante ou despropositada», acrescentando que «os sinais da sua vida e os sinais daquilo que defendeu e das primeiras palavras são todos espetaculares».

«Pôr a Cúria Romana um pouco mais na ordem, acentuar o lado pobre, de serviço e humildade da Igreja, acentuar a colegialidade, ter um acento tónico nos problemas do desenvolvimento e da pobreza no chamado terceiro Mundo e, em geral no mundo», é o que Rebelo de Sousa espera, dizendo tratar-se de «tudo boas noticias».

O analista político sublinhou ainda que «há um mundo que fica para além da Europa e que tem um papel cada vez mais importante».

«Ser pela primeira vez um papa do novo mundo é realmente uma coisa importante», concluiu.

O jesuíta Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, foi eleito papa na quarta-feira pelos 115 cardeais reunidos em Roma, assumindo o nome de Francisco. Sucede a Bento XVI, tornando-se o 266.º líder da Igreja Católica.