AR: Sócrates disponível para negociar com enfermeiros

O primeiro-ministro garantiu no Parlamento que o Governo está disponível para negociar com os enfermeiros, que cumprem esta sexta-feira o terceiro dia de greve.

O líder do PCP Jerónimo de Sousa apelou a José Sócrates que ouça os enfermeiros e saia da sua «postura arrogante e distante», durante o debate quinzenal na Assembleia da República.

Sócrates garantiu que o Governo está a aguardar pelo fim dos protestos dos enfermeiros para voltar «rapidamente à mesa negocial», apelando ao bom senso da classe.

O primeiro-ministro criticou ainda que «haja partidos sempre disponíveis para aproveitar todas as lutas corporativas», acusando o PCP de «colocar de lado o interesse geral para dar imediatamente razão a qualquer interesse particular».

«Nunca nos passou pela cabeça que os partidos tivessem neste Parlamento posição igual à dos sindicatos», frisou José Sócrates, garantindo que o Executivo terá «boa-fé negocial» para alcançar «um equilíbrio que sirva a sociedade portuguesa, mas que não faça ajoelhar o interesse geral diante de nenhum interesse corporativo».

Jerónimo de Sousa respondeu ao primeiro-ministro afirmando que este não deve estranhar «a solidariedade do PCP em relação às injustiças de que são vítimas os trabalhadores».

O líder do PCP considerou no entanto que «este Partido Socialista nunca é capaz de demonstrar solidariedade para com uma luta» de qualquer classe.

Ana Jorge diz que proposta «em cima da mesa» coloca início carreira ao nível técnico superior

A ministra da Saúde insistiu esta sexta-feira que a proposta que está «em cima da mesa» nas negociações com os enfermeiros sobre o início de carreira coloca-os ao nível de técnico superior da administração pública.

«O início de carreira não é aquilo que os enfermeiros têm estado a dizer», disse Ana Jorge, em declarações aos jornalistas à saída do debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República.

Ana Jorge lembrou que o valor auferido actualmente em início de carreira é de 1020 euros e que ministério propõe que sejam integrados ao nível de técnico superior da administração pública. «Aquilo que nós estamos a propor é que sejam integrados ao nível de técnico superior da administração pública, são 1200 euros, é isso que está em cima da mesa», justificou.

A proposta coloca «a entrada no nível 15 (1201,48 euros)» e «todos os que ganham menos actualmente passam a ganhar este valor num horizonte temporal de três/quatro anos e, neste período, quem entra nunca ganharia menos do que aquilo que se ganha hoje na entrada, ou seja, 1020», acrescentou a ministra.