Histórias da campanha: «Queria ver o primeiro-ministro viver com ordenado mínimo» - TVI

Histórias da campanha: «Queria ver o primeiro-ministro viver com ordenado mínimo»

Histórias de campanha - Sara Marques

A jornalista vai acompanhar a campanha dos candidatos presidenciais. Siga também em http://twitter.com/Sara_Marques

«Aqui não se liga muito às presidenciais, liga-se mais quando são eleições para o presidente da junta», começa por responder Andrea Santos, de 32 anos, quando lhe pergunto sobre o facto de a campanha não ter chegado à Malveira.

No restaurante onde trabalha, a escolha do novo Presidente da República não tem sido tema de conversa entre os comensais, «mas é assim na vila toda», assegura, enquanto vai preparando as mesas.

Questionada sobre se vai votar, ri-se e responde de imediato: «Para quê? Só se for para mudar o nome do Presidente». «Tenho ido votar sempre. Sou uma boa cidadã, mas qual é a vontade que temos em ir votar mediante a situação em que o país está?». E dá exemplos. «Não percebo como é que, houve tantos cortes e depois continuam a querer fazer o TGV e compram submarinos».

«Até às crianças cortaram», lamenta, explicando depois que tem uma filha de 11 anos que tem de sustentar com o ordenado mínimo que ganha. «Já não tenho fraldas para comprar, felizmente, mas há os livros... e os abonos estão sempre a baixar», lamenta. «Eu queria era ver o primeiro-ministro viver com o ordenado mínimo».

Sempre sem parar de trabalhar, Andrea Santos conta que gosta de Manuel Alegre, já de Cavaco Silva... «nunca gostei». E não pensa que Alegre podia fazer alguma coisa para melhorar a situação do país? «Em campanha são sempre muito promissores, mas depois quando chega a hora de fazer alguma coisa, vê-se», lamenta.

Não quer ser fotografadas, mas não recusa continuar a enumerar as razões deste desagrado em relação aos políticos: «Viu quando foi das medidas de austeridade? Um dia diziam uma coisa, outro dia diziam outra. Nem eles sabiam o que haviam de fazer, e quem sai prejudicado é o Estado. O Estado deviam ser os portugueses, mas aqui não é assim. Há o Estado e há os portugueses».
Continue a ler esta notícia