Casamento gay: PS não tem «legitimidade» para decidir

O líder parlamentar socialista disse esta quinta-feira que a «regra geral» na votação dos projectos sobre o casamento entre homossexuais e que o PS vai «chumbar» será a disciplina de voto, mas admitiu «equacionar» a possibilidade de existirem «excepções», escreve a Lusa.

«A posição que a direcção do grupo parlamentar apresentou aos deputados é votar contra», anunciou Alberto Martins, em declarações aos jornalistas no final da reunião da bancada socialista.

«Voto no PS deve ser discutido», diz Vera Jardim

PS não se entende

Na votação dos diplomas do BE e dos Verdes que permitem o casamento entre homossexuais, e que será discutido e votado dia 10 de Outubro no Parlamento, a «regra geral será a disciplina de voto».

Contudo, quando questionado se poderão existir «excepções» à disciplina de voto, o líder parlamentar socialista admitiu «equacionar isso numa futura reunião da direcção da bancada». Mas, insistiu, «a regra geral está estabelecida».

«Eu voto contra»

PS vai chumbar casamento homossexual

Alberto Martins considerou ainda que «uma matéria sensível» como o casamento entre homossexuais terá ser continuar a ser discutida «para afinar posições», lembrando que o grupo parlamentar do PS «não tem um mandato representativo para votar sobre esta matéria», já que é uma questão que não está no programa do Governo.

«Carecemos de legitimidade eleitoral e social para votar contra ou a favor», referiu, reiterando que se trata de uma «matéria complexa», que deverá merecer um debate no futuro. «Será objecto de debate num momento futuro».

O PSD também já prometeu uma posição oficial sobre o alargamento do casamento civil aos homossexuais, contudo, quarta-feira, em declarações à Lusa, o secretário-geral social-democrata, Luís Marques Guedes, disse não ter havido ainda discussão no partido sobre a matéria.

Entretanto, o CDS-PP já anunciou o voto contra aos diplomas do BE e dos Verdes, recusando modificações à natureza jurídica do casamento.

«Uma coisa é o devido respeito às opções de vida de cada um, outra é modificar a natureza jurídica do casamento, opção valorativa que naturalmente não partilhamos», afirmou Diogo Feio, em declarações à agência Lusa.

O PCP ainda não divulgou qual a sua posição em relação aos diplomas do BE e dos Verdes.