«Oeirenses não perdoariam candidatura a outra autarquia» - TVI

«Oeirenses não perdoariam candidatura a outra autarquia»

  • Portugal Diário
  • 25 jul 2008, 17:09
Isaltino Morais (arquivo)

ENTREVISTA: Avalia autárquicas no Porto e diz que PS escolheu um candidato parecido com Rio. Isaltino Morais confessa que PSD lhe ofereceu várias câmaras na zona de Lisboa. Mas social-democrata não quis

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Concorda que, neste momento, os autarcas podem estar com a sua credibilidade afectada?

Não. Há um grupo de opinion-makers, sob o nome de politólogos, que a partir de Lisboa fazem comentários políticos e atacam este ou aquele grupo. Normalmente, são pessoas com uma visão centralizadora da coisa pública, são contra a regionalização e consideram que o Terreiro do Paço é que é bom. Acham que os portugueses são indivíduos menores, que não pensam pela sua própria cabeça, e, portanto, não acreditam que as populações resolvam os seus problemas através dos representantes que escolhem.

Os felgueirenses escolhem a Dr.ª Fátima Felgueiras e ela foge à justiça para o Brasil. Não é um bom cartão de visita¿

O facto de haver um elemento desonesto numa classe profissional, não pode passar um anátema sobre todos os outros.

Considera-se um político convencional?

Não.

Não gosta de políticos convencionais, pois não? Simpatiza com Alberto João, com o major Valentim Loureiro¿

Simpatizo com o Alberto João, com o major, mas tenho um estilo completamente diferente. Se andar comigo em campanha, vê que sou diferente: o major é mais explosivo e eu sou mais sóbrio, apesar de igualmente comunicativo. Não tenho nenhuma dificuldade em abraçar e beijar as pessoas em campanha. Não lavo as mãos depois de cumprimentar quem passa na rua e tenho capacidade de sociabilizar. Mas tenho um estilo diferente. Agora descobri nos jornais que sou considerado por alguns como populista. Popular sabia que era, agora populista com a carga negativa que se dá a palavra não sabia.

E sobre os candidatos do PSD ao Porto e Lisboa? Como avalia essas escolhas?

Não sou tão frio e espartano como o Rui Rio. Acredito que seja um estilo que funciona no Porto. Depois de tantos anos de Fernando Gomes, acho que resulta. Por exemplo, o Rui Rio vai ganhar estas eleições e em parte é porque o Francisco Assis é muito parecido com o Rio: tem o mesmo discurso e a mesma postura. Se o PS tivesse escolhido um ¿José Lello¿ ou uma ¿Elisa Ferreira¿, provavelmente poderia ganhar a eleição. Mas foi buscar alguém que tem o mesmo discordo que o Rui Rio. Portanto, vai ganhar com facilidade. No caso de Lisboa, era muito difícil - depois da forma como Santana Lopes saiu ¿ encontrar alguém para concorrer em Lisboa.

¿ofereceram-lhe esse lugar¿

A hipótese de Lisboa passou pela cabeça de algumas pessoas quando eu ainda estava no Governo.

¿ passou pela sua cabeça?

Pela minha passou, porque me falaram. Mas eu tinha imensa dificuldade em ser candidato por outro concelho que não Oeiras.

Por falar em afinidade, existe uma semelhança, criada pelas circunstâncias, entre si e o major Valentim Loureiro: não acha interessante que sendo duas figuras no centro de uma polémica tenham sido ambas convidados para sair das suas câmaras ¿ em zonas limítrofes das principais cidades ¿ para abraçar candidaturas às duas principais autarquias do país?

Há quatro anos também me convidaram para Cascais. Mesmo agora recebi convites para outras câmaras nos arredores de Lisboa. Atendendo as circunstâncias em que sai para o Governo, os oeirenses não me iam perdoar que eu não regressasse.

E acha que assim lhe perdoam?

[pausa]. Acho que algumas pessoas, que encontro na rua, mostram que estão zangadas comigo. Mas não quer dizer que não votem em mim. Tenho sido abordado por pessoas que me dizem que eu não devia ter ido embora e que não permitem que eu os abandone mais.
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