Edite Estrela: elogio a Jardim só com «ironia»

A eurodeputada e dirigente nacional socialista Edite Estrela desejou hoje que os recentes elogios do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, ao líder madeirense Alberto João Jardim tenham sido feitos em «tom irónico», refere a Lusa.

«Jaime Gama tem um apurado sentido de humor e foi certamente em tom irónico que fez as declarações», disse Edite Estrela, em Bruxelas, acrescentando que se o presidente do Parlamento «estava a falar a sério, só posso lamentar».

A dirigente socialista acrescentou que Gama «sabe bem que há um défice democrático na Madeira», sublinhando que a situação «tem aumentado e não diminuído».

Jaime Gama (PS) disse, na sexta-feira passada, que o líder do governo regional da Madeira é «um exemplo supremo na vida democrática do que é um político combativo», adiantando que a região é «a expressão de um vasto e notável progresso no País» e «o exemplo, com democracia, com autonomia, com a integração europeia de um vasto e notável progresso no País».

Na sequência destas declarações do presidente da Assembleia da República, a Comissão Regional do PS/Madeira

aprovou por unanimidade um voto de protesto.

Edite Estrela e Jardim mantêm diferendo nos tribunais

Edite Estrela e João Jardim mantêm um diferendo em Tribunal, tendo começado a 10 de Março no Tribunal de Vara Mista do Funchal o julgamento de uma acção cível por difamação apresentada pela eurodeputada contra o líder madeirense.

Na origem deste processo estão afirmações proferidas por Jardim nas últimas eleições europeias, em 2004, altura em que o governante e Edite Estrela trocaram duras acusações durante a campanha eleitoral.

Nessa altura, ao chegar à Madeira para uma acção de campanha, Edite Estrela criticou a política regional classificando-a de «fachada» e «sem sensibilidade social».

Em resposta, Jardim chamou a eurodeputada de «delinquente», justificando a acusação com o facto de Edite Estrela ter sido condenada em tribunal por abuso de poder quando era presidente da Câmara Municipal de Sintra.

Edite Estrela decidiu desencadear uma acção cível por difamação, pedindo uma reparação no valor de cerca de 35 mil euros e Jardim reagiu processando também a eurodeputada.