Jerónimo acusa Merkel e Gaspar de «batota» para «esmifrarem» portugueses - TVI

Jerónimo acusa Merkel e Gaspar de «batota» para «esmifrarem» portugueses

Líder do PCP diz que o programa do Governo «é uma intrujice»

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O secretário-geral do PCP disse este domingo que a chanceler alemã e o ministro Vítor Gaspar sabem que a maratona da austeridade «é mentira» porque as metas continuarão a ser «alteradas» enquanto for possível «esmifrar mais os portugueses».

Num comício em Oliveira de Azeméis, Jerónimo de Sousa manifestou-se contra o que define como o programa de agressão» do Governo PSD e CDS com a troika (Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia), e declarou: «No princípio, o programa de austeridade era apontado como um período curto, em que 2012 era o ano mais difícil. Mas afinal ontem a Sra. [Angela] Merkel, com a sua arrogância, veio dizer que isto ainda dura mais cinco anos».

O líder comunista diz, por isso, que o programa que o Governo se propõe concretizar é «uma intrujice». E utiliza uma analogia desportiva para referir-se ao desempenho do ministro das Finanças. «Já se percebeu que a maratona de Vítor Gaspar não tem 22 quilómetros e pouco, porque ele faz constantemente batota para alterar o lugar da meta para mais longe».

«A maratona era mentira e a Merkel sabe do que fala», continua Jerónimo de Sousa. «Enquanto for possível esmifrar mais, eles não nos vão largar».

O secretário-geral do PCP considera que na Direita «todos têm consciência de que as suas previsões são fantasistas - inclusive o próprio Governo - e é por isso que este Orçamento de Estado traz um plano B para acautelar o mais completo falhanço das suas previsões».

Jerónimo de Sousa considera que os portugueses precisam de uma política alternativa que aposte na «renegociação da dívida pública envolvendo prazos, montantes e taxas de juro», e aponta esses critérios como determinantes para permitirem «novas soluções para o investimento produtivo, o crescimento económico e a criação de emprego».

Jerónimo de Sousa rejeitou, aliás, a «refundação do memorando de entendimento» enquanto proposta que «assenta na ideia de que o país está perante um dilema que só considera duas alternativas: ou aumentar os impostos, ou cortar nas funções sociais do Estado».

«[Este Governo] faz as duas coisas», critica. «Por cada 10 euros que saca aos trabalhadores e reformados, o capital paga 1 euro e é esta a distribuição equitativa dos sacrifícios de que esta gente fala».

Para o secretário-geral dos comunistas, impõe-se «pôr fim ao regabofe do Estado», que, além de «sugar os rendimentos dos trabalhadores para os transferir diretamente para o grande capital», aprova uma proposta de Orçamento de Estado que, representando «o maior saque fiscal da democracia, é uma afronta ao orçamento dos portugueses que vivem do seu trabalho».

Jerónimo apela, por isso, à participação de todas as classes sociais e profissionais na greve geral do dia 14 de novembro e diz que «se hoje este Governo está mais fraco é porque a luta o isolou».

Aos mais jovens, deixou um aviso: «Não pensem que vão receber aquilo que foi conquistado pelas gerações anteriores. O que eles [no Governo] pretendem é criar uma geração sem direitos, mais empobrecida».
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