Terreiro do Paço vai receber comemorações do 25 de Abril - TVI

Terreiro do Paço vai receber comemorações do 25 de Abril

Lisboa (Reuters)

Concertos, videomapping e fogo-de-artifício são pontos altos do programa

Concertos, videomapping e fogo-de-artifício no Terreiro do Paço vão ser os «pontos altos» de três meses das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril promovidas pela Câmara de Lisboa, destacou esta segunda-feira a vereadora da cultura.

Na noite de 24 de abril, a partir das 21:30, as fachadas do Terreiro do Paço vão ser as telas de uma projeção de vídeo (videomapping) alusiva aos principais momentos que conduziram à Revolução dos Cravos, usando filmes de realizadores e artistas plásticos nacionais que evocam momentos e figuras.

Meia hora depois, quase duas dezenas de músicos portugueses (como Camané, B Fachada, Dead Combo, Linda Martini ou JP Simões) vão interpretar o cancioneiro de abril num palco naquela praça lisboeta. O espetáculo termina com um espetáculo de fogo-de-artifício (com os acordes de fundo da «Grândola, Vila Morena», de Zeca Afonso), invocando uma chuva de cravos e a bandeira nacional.

Já a 25 de abril, as Forças Armadas vão marcar presença no Terreiro do Paço e a habitual manifestação entre a Avenida da Liberdade e o Rossio também está prevista, indicou a vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, Catarina Vaz Pinto.

Estes momentos serão, segundo considerou Catarina Vaz Pinto, os «pontos altos» das comemorações do 40.º aniversário da Revolução dos Cravos organizadas pela autarquia, que começaram no início de março, com exposições na biblioteca Orlando Ribeiro, e que se prolongam até ao final de maio, com um ou outro evento a decorrer até outubro.

Catarina Vaz Pinto destacou as comemorações que decorrem «no espaço público» e que pretendem ter «um impacto na população», exemplificando com a exposição «A Revolução Está na Rua», que apresenta fotos do 25 de abril de 1974 impressas em telões gigantes colocados em locais emblemáticos da revolução, como o Largo do Carmo.

Também no Largo do Carmo vai ser inaugurado, a 25 de abril, um projeto da artista Catherine da Silva intitulado «Girândulas de Luz».

Entre as iniciativas da autarquia está ainda a exposição «Venham mais 7!», da Galeria de Arte Urbana, que convida vários artistas urbanos (como António Alves, que começou a pintar murais de intervenção política em 1975) para «reinterpretar o património muralista produzido aquando do Processo Revolucionário em Curso».

Num total de cerca de 325.000 euros de investimento, entre ações diretas da câmara e apoios a outras iniciativas, segundo disse à agência Lusa a vereadora da Cultura, o programa de comemoração prevê ainda um espetáculo de fados revolucionários no Museu do Fado, três concertos do músico Sérgio Godinho no Teatro São Luiz, a publicação, em parceria com o semanário Expresso, de um encarte das primeiras páginas de jornais ¿ entretanto encerrados - dos dias 25 e 26 de abril de 1974, visitas guiadas, publicações, conferências, atividades escolares, cursos, performances e comemorações no Bairro 2 de Maio (ocupado por populares naquele dia de 1974).

Da mesma maneira que «milhares de pessoas» foram para a rua acompanhar o Movimento das Forças Armadas a 25 de Abril de 1974, nas comemorações dos 40 anos da Revolução dos Cravos, a Câmara de Lisboa pretendeu trazer a «revolução para a rua» e aproximá-la dos jovens, disse o presidente da autarquia.

«O 25 de Abril não pode ser só uma referência histórica, tem de ser também uma referência para o nosso quotidiano», afirmou o António Costa.
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