BE acusa Governo de se render à indústria farmacêutica

O Bloco de Esquerda acusou esta quarta-feira o Governo de se «render» às exigências da indústria farmacêutica ao recuar na decisão de baixar os preços dos medicamentos, anunciada para 1 de Abril.



«Mais uma vez o Governo mentiu aos portugueses: anunciou que os preços iam baixar mas acordou com a indústria que, nos próximos dois anos, os preços não descem. Quando a indústria fala e exige, o Governo rende-se e cumpre»,

disse o deputado João Semedo à Lusa.

O deputado do BE alerta que «mantendo-se os preços sem descer e diminuindo as comparticipações no preço dos medicamentos, anunciada no PEC IV e que a ministra hoje não rejeitou, os portugueses vão pagar mais caros os medicamentos».



«Para o Governo, falam mais alto os lucros das empresas farmacêuticas que as dificuldades sentidas pelos portugueses, obrigados a fazer contas à vida sempre que têm de pagar os medicamentos na farmácia», acusa João Semedo.



«Governo foi forte contra os fracos», acusa CDS-PP



A deputada do CDS-PP Teresa Caeiro também criticou o recuo do Governo, afirmando que o Executivo «foi forte contra os fracos».

«Passadas duas semanas sobre o compromisso do ministério da Saúde de que em Abril se iria proceder a uma redução de seis por cento no preço dos medicamentos, eis que hoje a ministra da saúde celebra um protocolo que congela o preço dos medicamentos durante dois anos», critica Teresa Caeiro.



Para a deputada, «este Governo teima em ser forte com os fracos e fraco com os fortes e como não quer fazer reformas de fundo como a dispensa de medicamentos por princípio activo e por dose individual, é evidente que penaliza sempre os mesmos».

O Governo suspendeu por dois anos a revisão dos preços dos medicamentos, medida através da qual espera poupar já este ano mais 100 milhões de euros.