PEC : BE acusa PS de «indefinição total» - TVI

PEC : BE acusa PS de «indefinição total»

Parlamento

Partido queria saber se os socialistas vão apresentar uma resolução de apoio às medidas do Governo, mas não obteve resposta

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O Bloco de Esquerda fez esta tarde no Parlamento uma interpelação ao Governo sobre o custo das Parcerias Publico-Privadas, mas, segundo o deputado bloquista Luís Fazenda, «esta interpelação é um tempo extra à moção de censura» da semana passada.

Aliás, referindo-se ao debate da moção, que contou com a presença do primeiro-ministro, Luís Fazenda acusou José Sócrates de «má fé» por não ter por falado nessa altura sobre as medidas de austeridade que anunciaria no dia seguinte.

Durante o debate, o BE desafiou o PS a dizer se apresenta uma resolução de apoio às medidas do Governo constantes no novo PEC. Na sequência da declaração desta manhã do ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, indicando que o documento sobre as linhas orientadoras do PEC poderia entrar no Parlamento na segunda-feira, a tempo de ser votado antes da cimeira europeia de 24 e 25 deste mês, a bancada do PS ponderou avançar com uma resolução de apoio ao Governo.

Francisco Assis, líder parlamentar do PS, não respondeu, mas não poupou as críticas ao BE, que acusou de ter a «irresponsabilidade da extrema-esquerda. «O BE perdeu a oportunidade de ser uma coisa útil à sociedade e volta a ser a velha e gasta demagogia»

No encerramento do debate, Luís Fazenda frisou que se «mantém a indefinição total». «O líder da bancada do PS não disse aqui se vai anunciar uma resolução de apoio às medidas do Governo. Se assume ou não assume o programa que o Governo anunciou em Bruxelas».

No final do debate, Francisco Assis, afirmou aos jornalistas que «o PS ainda não tomou decisão» sobre um projeto de resolução e disse que esta quinta-feira há uma reunião entre o primeiro-ministro, José Sócrates, e os deputados socialistas, às 19:00.

O BE classificou o PEC 4 (Programa de Estabilidade e Crescimento) de «chantagem» e ironizou sobre a resposta dada pelo ministro das Finanças. «"Isto não é uma chantagem, é uma realidade", diz com ar cândido o ministro das Finanças. Um assalto à mão armada também é uma realidade e não podemos compactuar com ele», disse Luís Fazenda.

«O que ficou deste debate é a resiliência do ministro das Finanças. Pode até fazer testes de stress porque está mais forte do que a banca», ironizou.

Críticas ainda para o PSD. Luís Fazenda diz que os sociais-democratas só se queixaram «de que o Governo está a trair do acordo e sobre o âmago das medidas, nem uma nota». «Não estamos condenados a discutir entre a austeridade A e a austeridade B», garantiu, dizendo que o país tem alternativas.
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