«Não faltei à verdade», diz Dias Loureiro - TVI

«Não faltei à verdade», diz Dias Loureiro

Dias Loureiro

Representantes dos partidos na comissão de inquérito sobre o BPN admitem chamar novamente ex-ministro

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Os representantes dos partidos na comissão de inquérito sobre o BPN admitem chamar novamente Dias Loureiro face às contradições entre o seu primeiro depoimento e a documentação vinda este sábado a público, informa a Lusa. O ex-ministro já declarou que está disponível e afirma: «Não faltei à verdade».

Dias Loureiro já manifestou, entretanto, a sua «total disponibilidade» para voltar ao Parlamento. Em declarações à RTP, Dias Loureiro negou que tenha mentido na comissão, reafirmou que não fez nada de ilegal e não tirou qualquer proveito próprio dos negócios em Porto Rico.

«Não faltei à verdade. Eu não tenho um arquivo de memória e [na comissão] disse o que tinha na minha memória. Mas não há nenhuma contradição», afirmou o ex-ministro de Cavaco Silva, que também não vê razão nenhuma para sair do Conselho de Estado.

Telefonema a Maria de Belém

Dias Loureiro revelou ainda que telefonou à presidente da comissão, Maria de Belém Roseira, tendo-lhe deixado uma mensagem a manifestar a sua «total disponibilidade» para voltar a ser ouvido pelos deputados.

A agência Lusa ouviu os representantes do PS, PSD, PCP e CDS-PP na comissão de inquérito e apenas o deputado do PCP Honório Novo afirmou taxativamente que o seu partido vai querer ouvir novamente Dias Loureiro.

Antes, hoje à tarde, o deputado do BE João Semedo já tinha também considerado necessária uma segunda audição do conselheiro de Estado para tentar esclarecer as «muito contradições entre o seu depoimento e o que os documentos revelam».

«O PS não a inviabilizará»

Ouvido pela agência Lusa, o deputado do PS Ricardo Rodrigues disse que os socialistas não inviabilizarão a audição, se for requerida por algum grupo parlamentar. O deputado do PS considerou que já se verificaram «contradições» na comissão de inquérito, que preferiu não concretizar, dizendo não querer quis «tirar conclusões a meio do processo». Ricardo Rodrigues adiantou, contudo, que se algum grupo parlamentar requerer entretanto uma segunda audição de Dias Loureiro «o PS não a inviabilizará».

Para o deputado do PSD Hugo Velosa, «não há uma convergência entre o que entretanto se foi apurando que o que disse o dr. Dias Loureiro, mas no sentido mais de não se recordar». «Admito, neste caso, que haja uma divergência entre os factos que se foram apurando e aquilo que disse, mas não que se possa concluir que houve mentira. Se houver, temos de a aclarar», acrescentou.

Como Ricardo Rodrigues, também Hugo Velosa defendeu que poderá justificar-se «uma segunda versão» de algumas audições mas que antes a comissão de inquérito deve «ouvir quem falta ouvir» e só depois «pôr a hipótese de segundas audições».
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