Moção de censura: PSD vai abster-se - TVI

Moção de censura: PSD vai abster-se

Miguel Relvas - TIAGO PETINGA/LUSA

Sociais-democratas prometem continuar a «censurar o Governo»

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ACTUALIZADA ÀS 20h13

O PSD vai abster-se em relação à moção de censura do PCP ao Governo para evitar que se junte uma crise política à actual crise económica e financeira, anunciou o porta-voz dos sociais-democratas.

«Vamos manter a censura ao Governo naquilo que ele merece, mas, enquanto se justificar, vamos continuar a exigir que o Governo governe e que assuma as suas responsabilidades, desde logo, a de retirar Portugal e os portugueses da situação em que os colocou», declarou Miguel Relvas.

O porta-voz e secretário-geral do PSD falava em conferência de imprensa, na sede nacional social-democrata, em Lisboa.

Questionado sobre o facto de os comunistas terem dito que a sua moção de censura atinge também o PSD, por este estar a cooperar com o Governo, Miguel Relvas acusou o PCP de «pôr em causa os objectivos que o país quer alcançar» ao apresentar uma moção de censura num momento de crise e na véspera de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia.

«Seria mais fácil para nós pôr em causa o Governo, mas pôr em causa o Governo de uma forma definitiva neste momento seria também pôr em causa a realidade do país e a situação económico-financeira que Portugal atravessa», argumentou.

«Este Governo merece ser censurado. Não é este o momento. Não seremos nós que iremos viabilizar neste momento particularmente difícil uma moção de censura», concluiu o porta-voz do PSD.

Antes do período de perguntas dos jornalistas, o porta-voz do PSD considerou que «a gravíssima situação económica e financeira em que o país está» resulta em muito da actuação do Governo, que «foi alertado para o aumento da dívida externa, para o descontrolo do défice e para a derrapagem da despesa pública, mas ainda assim preferiu irresponsavelmente ignorar, prosseguindo o caminho do despesismo económico e da arrogância política».

«Por tudo isso, o Governo merece censura. Mas na actual circunstância, os portugueses não merecem somar as consequências de uma crise política à elevada conta que já têm de pagar pela crise económica e financeira», acrescentou.

Miguel Relvas reclamou que o PSD está actuar com «sentido de Estado, sentido de responsabilidade e sentido de solidariedade».
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