Marcelo fala em remodelação com Nogueira e Rangel - TVI

Marcelo fala em remodelação com Nogueira e Rangel

Comentador faz sugestões para a pasta da Presidência, dos Assuntos Parlamentares e até da coordenação económico-financeira.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que é imperiosa uma remodelação do Governo, mas acrescenta que seria de uma insanidade absoluta o país ir para eleições antecipadas.

«Qualquer que seja a decisão do Tribunal Constitucional uma demissão do Governo ou eleições antecipadas era uma insanidade absoluta, por isso acho que o Presidente devia convocar um Conselho de Estado, sobretudo se a decisão for muito forte contra o Governo. Porque deve ouvir o Conselho de Estado sobre uma situação e cenários para uma situação em que é fundamental não agravar a situação que existe», advogou no seu comentário semanal no «Jornal das 8» da TVI.

Quanto à remodelação, considera que seria necessário acima de tudo delinear «uma estratégia nova, porque a estratégia que existiu até agora está esgotada». «Quando o primeiro-ministro e o ministro das Finanças vêm dizer que é preciso redesenhá-la, então tem de haver novos prazos. Depois prometeu-se a reforma da sociedade e do Estado, mas nem reforma da sociedade, nem do Estado, por isso é preciso começar de novo», disse.

Marcelo avança com nomes, começando por dizer que «remodelação sem Miguel Relvas é uma brincadeira». «Tem de haver coordenação política forte, provavelmente separando o ministro da Presidência do ministro dos Assuntos Parlamentares. Um ministro da Presidência tipo Fernando Nogueira, uma pessoa fora, um senador, um patriarca. Um ministro dos Assuntos Parlamentares poderia ser Assunção Cristas, por exemplo, se for do partido minoritário, ou pode ser Paulo Rangel se Passos Coelho o convidasse para o Governo e Paulo Rangel dirá que eu estou a queimá-lo, mas não é», sugeriu, falando ainda da «coordenação económica e financeira»:

«Vítor Gaspar está muito enfraquecido, portanto agora já não é Vítor Gaspar que dá força ao Governo. A remodelação tem de aguentar ao colo Vítor Gaspar por causa do peso externo dele».

Considera que «ele tem de continuar, pelo menos enquanto houver esta renegociação», embora seja necessário «maior abertura ao PS». Também aqui há uma sugestão: «Tipo Daniel Bessa, provavelmente também não aceita, mas alguém que as pequenas e médias empresas apreciem, um homem do norte ainda por cima, e que dê a sensação de abertura à esquerda».

Na sua perspetiva também é preciso rever a posição em relação à Defesa, porque «o ministro está muito enfraquecido perante as chefias militares». «Não pode ser um jogo de cadeiras, por isso ou Passos Coelho percebe que tem de fazer isto ou não percebe. Se não percebe ele vai arrastar-se penosamente», frisou.
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