Passos: CDS sim, PS talvez, Sócrates nunca - TVI

Passos: CDS sim, PS talvez, Sócrates nunca

Líder social-democrata diz que será Eduardo Catroga a liderar a equipa do PSD que vai negociar com o Governo as medidas de austeridade e lamentou críticas a Fernando Nobre

Última actualização às 22:44

Pedro Passos Coelho disse que está aberto à possibilidade de abrir «novas pontes» com outras forças políticas numa futura solução governativa. Admite esse cenário com o CDS, mas também com o PS. Só que, neste último caso, com José Sócrates garantiu que é impossível. Sobre quem irá representar o PSD nas negociações das medidas de austeridade, Passos disse que será Eduardo Catroga .

«O PSD tem condições para com outras forças políticas, quer com o CDS, quer eventualmente com o PS, abrir a possibilidade de construir novas pontes de futuro. Mas não é possível construir uma alternativa de futuro com quem falhou, para Portugal, a estratégia, como esta que foi falhada com o engenheiro Sócrates», disse o líder social-democrata esta segunda-feira à noite numa entrevista à TVI.

Passos Coelho salientou que o PS tem o direito de escolher o seu líder, mas que decidiu «apresentar-se a eleições com alguém que não tem nada a oferecer no futuro, a não ser o resultado desastroso que nos conduziu até hoje em Portugal».

O líder do PSD considera que o seu partido irá lutar por uma maioria clara, mas que se isso não acontecer «tem capacidade para negociar», algo que não acredita que José Sócrates seja capaz.

«Persistir na ideia de que ele pudesse de algum modo fazer o oposto do que fez até hoje e liderar um Governo abrangente em Portugal é a mesma coisa que pedir a um não crente que se consiga converter», sublinhou.

«Espero que estas eleições sirvam para deixar absolutamente claro para qualquer eleitor que o que vai estar em jogo é uma de duas possibilidades», frisou. A primeira: «O PSD liderar com uma maioria absoluta, com condições para poder governar e cumprir um plano de recuperação económica». O outro cenário: «Mais do mesmo, com PEC a seguir a PEC sem que a economia volte a crescer».

Governo teve todas as condições

Passos Coelho disse o Governo teve «todas as condições» para aplicar as medidas que quis e que todas elas «passaram no Parlamento com o voto do PSD». Por esta razão, negou qualquer responsabilidade do seu partido na crise política actual.

«Estou convencido hoje que o primeiro-ministro apresentou a demissão ao Presidente da República quando sabia que não tinha dinheiro para pagar os seus compromissos internacionais e preferiu que viessem outros resolver esse problema», apontou.

Passos Coelho admitiu ter ido à residência oficial do primeiro-ministro na véspera de ir a Bruxelas negociar o PEC4. Não revelou o conteúdo dessa conversa, mas apontou que as medidas lhe foram apresentadas como um facto consumado.

«É a vez da austeridade chegar ao Estado»

Sobre a forma como o seu partido encara a negociação das medidas de austeridade com o FMI e com a UE, Passos Coelho defende que não devem ser empresas e famílias a suportar mais a crise .

«Há a austeridade que tivemos até agora, que as famílias e empresas têm suportado. Mas agora vai ser precisa também austeridade para o Estado», apontou.

Fernando Nobre

Sobre o convite a Fernando Nobre para encabeçar a lista do partido por Lisboa nas eleições, Pedro Passos Coelho considerou que eram «inaceitáveis» as críticas feitas ao presidente da AMI e candidato às últimas presidenciais.

«Teve muita coragem em aceitar o convite que lhe fiz para levar uma voz de cidadania ao parlamento e ao mais elevado posto que o Parlamento tem, que é o presidente da Assembleia da República», apontou.

Para o líder do PSD, «a democracia necessita desse apoio» e do carácter de «cidadania» que ele implica.
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