«Não se deve confundir fé com fanatismo» - TVI

«Não se deve confundir fé com fanatismo»

Paulo Portas

Portas diz que «as sociedades árabes são sociedades espiritualmente fortes e é preciso respeitar isso»

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, disse esta quarta-feira, em Marselha, que é necessário que «a Europa não confunda fé com fanatismo» nas jovens democracias árabes e considerou que as recentes revoluções foram «uma derrota» para o terrorismo.

«É preciso não fazer uma confusão que é frequente no olhar dos europeus (para estes países). É preciso respeitar a fé e não confundir fé com fanatismo. É preciso ter em conta que as sociedades árabes são sociedades espiritualmente fortes e é preciso respeitar isso», afirmou Portas no XX Congresso do Partido Popular Europeu (PPE), num painel dedicado às recentes revoluções no mundo árabe.

Segundo a Lusa, o presidente do CDS-PP falou em francês e viu o seu discurso ser interrompido por aplausos dos congressistas.

Paulo Portas afirmou ainda que as recentes revoluções nos países árabes foram «uma derrota» para o terrorismo.

«Dez anos depois do 11 de Setembro, as revoluções árabes não tiveram na Al-Qaida um actor principal, e isso é uma derrota para Al-Qaida, uma derrota para o terror».

Para o ministro, as primaveras árabes são «o acontecimento internacional mais significativo depois da queda do muro de Berlim».

«Creio que as primaveras árabes são também uma oportunidade única para a construção de uma parceria entre a Europa e os países árabes», sustentou.

Portas diz que a Europa «não deve ser paternalista», deve sim «evitar a tentação de exportação de um modelo político» e deve «respeitar os resultados das eleições», aprendendo a trabalhar com os governos de maiorias islamitas, frisou.

O encontro do PPE acontece na véspera do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira, depois de o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, terem defendido na segunda-feira alterações aos tratados europeus que incluam «sanções automáticas» para quem não respeitar o limite estabelecido para o défice.
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