PS está a ficar «isolado» - TVI

PS está a ficar «isolado»

Jerónimo de Sousa (arquivo)

Secretário-geral do PCP diz que o PS abandonou os seus planos de ficar no Governo «toda a próxima década»

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu sexta-feira, num comício em Lisboa, que o PS está em «crescente isolamento social e político» e que abandonou os seus planos de ficar no Governo «toda a próxima década».

«E aqueles que nos davam como um partido liquidado, passaram a levantar o espantalho do perigo do reforço comunista», afirmou Jerónimo de Sousa perante centenas de militantes num comício, numa referência ao fundador do PS Mário Soares que, há semanas, alertava para a possibilidade de crescimento eleitoral do PCP e do Bloco de Esquerda.

O ataque a Mário Soares e ao PS - adversário do PCP durante a «revolução dos cravos», pós-25 de Abril de 1974 - fez levantar das cadeiras os militantes comunistas no Fórum Lisboa, com gritos de «PCP, PCP».

Jerónimo aproveitou para lembrar que, no anterior congresso comunista, há quatro anos, muitos comentadores previam que «se o partido não mudasse morreria» ou «mesmo que mudasse iria morrer lentamente».

«É verdade que estamos a crescer e nos estamos a reforçar, isso é um bem e não um mal», clamou do palco do Fórum Lisboa, decorado com um painel com a frase «É preciso dizer basta!», contra os «aumentos dos preços e o Código do Trabalho».

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Para o líder comunista, a «falência das políticas de direita» dos últimos anos, «com o PS, mas também com PSD e CDS», resultaram num «contínuo atraso do País, as persistentes e inaceitáveis desigualdades sociais», além do «agravamento» das condições de vida.

«A economia do País afunda-se cada dia que passa e a vida da larga maioria dos portugueses piora todos os dias, com cada vez mais pessoas a viverem uma situação dramática», disse.

Bloco central?

O que preocupa a maioria PS, acusou, «não são os problemas do País mas manter o poder a todo o custo para garantir intocável o bloco central de interesses».

E é esta preocupação que, alegou Jerónimo de Sousa, levará os sociais-democratas a voltar ao debate sobre o Bloco Central e «uma eventual aliança com o PS para governar».

Os presentes vaiaram a nova líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, nesta referência ao Bloco Central, mas o líder comunista fez uma «reprimenda». «Não assobiem, camaradas, porque assim sempre acabam de enganar o povo português», ironizou.

Imposto extraordinário

O líder do PCP também desafiou o primeiro-ministro a aceitar, no Parlamento, a proposta dos comunistas de criar um imposto extraordinário sobre os lucros especulativos das petrolíferas com o preço do petróleo.

«Vamos ver, camaradas, se aquela voz que se levantou hoje timidamente no Conselho Europeu ¿ arrogante cá mas sempre muito macia lá ¿ aceita a proposta do PCP», afirmou Jerónimo.

O secretário-geral comunista afirmou que «timidamente» Sócrates está a apoiar uma proposta do PCP, feita na Assembleia para responder à crise no País, agravada com o choque petrolífero.

«Vejam lá, camaradas, afinal o PCP tem razão em manter as suas propostas», disse.
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