Escutas: PGR disposto a revelar tudo sobre Sócrates

O Procurador-Geral da República gostaria de divulgar as escutas entre Armando Vara e José Sócrates, segundo revela em entrevista à edição deste sábado do jornal «Expresso».

O desabafo de Pinto Monteiro surge no dia em que uma nova notícia do «Correio da Manhã» dá conta de que afinal, as escutas não chegaram à Procuradoria-Geral da República para serem validadas, mas para dar início a um novo processo. Desta vez contra o próprio primeiro-ministro.

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«Os políticos devem regular o segredo de Justiça, acabando com ele ou mudando o regime. Assim não pode continuar», diz Pinto Monteiro, acrescentando: «Se depender de mim, e se for possível, divulgo as escutas para isto acalmar».

Entretanto, «O Correio da Manhã» publica uma nova versão sobre as escutas, dizendo que não saíram de Aveiro e do processo-mãe «Face Oculta» para serem validadas, mas para que a Procuradoria-Geral autorizasse um novo processo, desta vez contra José Sócrates., por suspeitas da prática de atentado contra o estado de direito e manipulação de órgãos de comunicação social. Um crime que prevê pena até oito anos. (lei 34/87).

As conversas entre Sócrates e Vara, que o poder judicial decide agora se tem ou não validade, e que o Procurador-Geral até gostaria de divulgar eram acerca da compra da TVI e da renegociação da dívida da Global Notícias.

Escutas anuladas

O «Jornal de Notícias», entretanto, noticia que o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça decidiu que as escutas são nulas e o seu conteúdo sem relevância, mandando destruí-las.

A decisão de Noronha de Nascimento foi tomada poucas horas depois de lhe serem entregues, em mão, informações complementares sobre as escutas que haviam sido pedidas ao Ministério Público de Aveiro.